O município de Itajaí terá um importante espaço pra acolher as vítimas de violência doméstica. Fundada em maio deste ano, a organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Estrela de Isabel adquiriu, em comodato, uma casa-abrigo. A casinha, que tem seu endereço mantido em sigilo, tá em reforma desde a semana passada e, assim que estiver adaptada, poderá dar conforto a mulheres e seus respectivos filhos. A previsão é que dentro de 30 ou 40 dias o novo lar esteja pronto pra acomodar as vítimas de violência doméstica.
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As famílias serão selecionadas pela Vara Criminal peixeira, conforme a gravidade dos casos. Cada uma ficará abrigada por um período máximo de um mês e uma assistente social fará o trabalho de investigação ...
As famílias serão selecionadas pela Vara Criminal peixeira, conforme a gravidade dos casos. Cada uma ficará abrigada por um período máximo de um mês e uma assistente social fará o trabalho de investigação familiar. O funcionamento do local, no entanto, vai depender de doações e os interessados em ajudar podem depositar qualquer valor na conta 200-6, agência 2705, da Caixa Econômica.
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Conforme a presidente da Estrela de Isabel, Rosilene de Liz, será feito um trabalho de recuperação e um relatório sobre as principais necessidades da vítima de violência. Se a mulher agredida, por exemplo, for do lar, será encaminhada a um emprego. Faremos todo um tratamento e acompanhamento psicológico, explica.
A grande preocupação de Rosilene é com relação aos casos de violência que não têm sequência na dona justa, por medo. As mulheres, geralmente vítimas de agressão por parte do marido ou do filho usuário de drogas, registram boletim de ocorrência na delegacia, mas desistem no meio do caminho. Há casos também que sequer conhecemos. As pessoas precisam denunciar, apelou Rosilene.
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Juíza dá números
Idealizadora da entidade, a juíza criminal Sônia Moroso lembra que, no ano passado, dos 1500 boletins de ocorrência registrados por pessoas agredidas dentro de casa, apenas 300 tramitaram, posteriormente, na justiça. O excesso de perrengues e a escassez de estatísticas na cidade, segundo a dotora, justificam a necessidade de um programa mais intenso de acompanhamento das vítimas. Os índices de agressão são altos, mas a gente quase não tem acesso a nada. Precisamos ter dados qualitativos, alerta Sonia.