Itajaí

Dupla fuzila filho de comerciante

Execução aconteceu na casa da família e sobrou tiros até pra coitada da mãe do rapaz

O adolescente Jean Jacinto Padilha, 17 anos, teve a vida abreviada de forma brutal. Ele foi executado com nove tiros, na frente da família, na noite de terça-feira, no bairro Itajuba, em Barra velha. Sua mãe, Maria Nadir Rodrigues Padilha, 51, chegou a ser atingida por quatro tiros.

Era pouco antes das 20h quando dois bandidos invadiram o sobrado que fica nos fundos do mercado Padilha, na rua Leopoldo Gunz, conhecida como Pau-pega. Jean era filho do proprietário do mercado ...

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Era pouco antes das 20h quando dois bandidos invadiram o sobrado que fica nos fundos do mercado Padilha, na rua Leopoldo Gunz, conhecida como Pau-pega. Jean era filho do proprietário do mercado e morava com a família. Sem pena nenhuma, os pistoleiros mandaram bala pra cima do rapaz. Foram nove tiros que atingiram peito, barriga e pernas. Pra dona Maria Nadir, que pediu clemência pela vida do filho, sobraram quatro balaços, que lhe atingiram a mão, a perna, o ombro e um dos braços.

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A mãe conseguiu identificar um dos bandidos como sendo Felipe Leonardo, 19, que mora no mesmo bairro. O suspeito foi preso ontem pela polícia Militar. Os homidalei estão agora no encalço do segundo suspeito, que não teve o nome divulgado.

V.A.L., 46 anos, dona de um bar pertinho do mercado e da casa dos Padilha, conta que o boteco ainda tava aberto quando uma saraivada de tiros assustou os cinco clientes que ainda estavam por lá. A mulher afirma que ouviu berros logo em seguida. “Não lembro ao certo quantos tiros ouvi, mas foi um desespero grande. Pensamos em correr para a estrada, mas, depois, decidimos ficar”, relata a comerciante.

A morte do garoto, diz ainda V., deixou todo mundo triste e surpreso, principalmente porque Jean era gente boa com a vizinhança. “Volta e meia ele vinha aqui recarregar os créditos do celular. Uma ou outra coisa vinha comprar conosco, no bar”, lembra, dizendo ainda que os Padilha se mudaram pra Barra Velha há quatro anos.

Dona Marina Nadir chegou a ir para o hospital, mas, depois de atendida, fez questão de acompanhar o velório do filho.

Gente boa

O eletricista, S.S., 25 anos, que é vizinho da família Padilha, garante que Jean era caseiro e que ajudava a mãe no comércio e poucos vezes era visto pelas ruas, mesmo sozinho. “O conhecíamos de vista. Sempre aparentou ser um rapaz normal e, até certo ponto, calmo”, comenta. F. Z., 18, mulher do eletricista, lembra que, quando ia ao mercado Padilha fazer compras, quase sempre via o garoto atrás do balcão, com um sorrisão sempre na cara. “Sempre estava lá pra atender”, recorda-se a dona de casa.

O corpo de Jean foi velado entre as 3h da madruga de terça-feira e às 16h de ontem, em um templo evangélica do bairro Itajuba. O corpo foi enterrado logo depois no cemitério do centro da Barra Velha.

Pastora que conviveu com Jean revela detalhes da vida do rapaz

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Foi no pequeno templo coordenado pela pastora Ângela Diniz, 41, na rua do Pau-pega, onde o corpo de Jean foi velado. Pra religiosa, Jean era usuário de drogas e frequentava a igreja pra tentar encontrar o bom caminho.

Jean, lembra a pastora, jamais confessou aos colegas seu problema com drogas quando participara dos círculos de oração. Convencido por colegas de escola, todos os dias, durante um ano, ele compareceu aos encontros, que eram organizados na mesma capela onde foi velado.

Por motivos que Ângela desconhece, o guri foi morar em Blumenau, e, desde o seu retorno a Barra Velha, fez somente uma única visita à igreja. Ela não lembra direito quando foi esse vai-e-vem. “Ele veio aqui há duas semanas, e nós dissemos a ele que persistisse na igreja, pois só a igreja, a meu ver, poderia livrá-lo das drogas”, conta a pastora, que lembra ter recebido de Jean um sorriso inocente como resposta ao conselho. “Ele era um rapaz muito educado, que sempre soube ouvir os conselhos. Depois que foi estimulado pelos colegas, sempre veio sozinho às células de oração”, completa.

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Durante o período em que Jean freqüentava os encontros, Ângela Diniz costumava fazer visitas ao mercado Padilha, onde fazia compras e aproveitava pra bater um papo com o adolescente. Na lembrança da pastora, a família foi sempre uma incentivadora do filho, inclusive na decisão de participar do grupo religioso. “Os pais eram muito bons para ele. Sempre que eu ia ao mercado, faziam questão que eu o levasse ao encontro”, salientou.

Na lembrança da religiosa, que esteve com a família durante as 13 horas do velório, a mãe e o pai do garoto passaram o tempo todo debruçados sobre o caixão do filho. Os dois, diz a pastora, não imaginavam o motivo da brutalidade e passaram a madrugada em estado de choque. “O pai chorava copiosamente, com as mãos sobre o caixão. A mãe estava sedada, porque ainda se recuperava, mas também chorava sem parar. Foi um velório muito, muito triste, e, de certa forma, muito doloroso para mim”, conclui.

Pai de namoradinha teria mandado matar

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Pro delegado Wilson Masson o caso ainda tá muito nebuloso. A polícia trabalha com pelo menos três hipóteses sobre os motivos que levaram à execução de Jean Padilha. Um deles é um suposto envolvimento com o tráfico de drogas. Outro seria por rolos que o rapaz teria com a compra e venda de bagulhos roubados. A terceira suspeita é que o assassinato aconteceu a mando do pai de uma suposta namorada de Jean, o traficante perigosão Enéas Ponciano, o Miti, 31 anos, que está preso.

O bandidão não queria ver a filha de rolo com o filho dos Padilha. O delegado Masson informa que este ano o mercadinho da rua do Pau-pega foi metralhado a mando de Miti. A família do rapaz também já havia recebido ameaças.

Em 27 de janeiro deste ano, Miti foi preso na operação Raspão, da polícia Civil. Estava com 5,2 quilos de crack. Além dele, foi grampeado seu primo Fabrício Luiz Ponciano, o Bito, 28, e os comparsas: William dos Anjos, 23, o Buiu, que ajudava os chefões do tráfico da Itajuba a revender a droga; Fabricio de Freitas, 31, responsável por esconder as porcarias; Jonathan Lucas Oliveira de Almeida, 20; e Robson Pereira, 29, que seria o fornecedor do crack.

O bando era pra lá de organizado e comandava seis bocas na city. Miti e Bito chegavam a posar com armas pelas ruas e estavam arregimentando um grupo de dimenores pra vender droga. A sede do grupo era a justamente a rua do Pau-pega.






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