Itajaí

Prédios tão migrando do centro e invadindo os bairros peixeiros

Cerca de 80% das licenças que a prefeitura dá pra construção de edifícios são para prédios fora da área central

As 46 mil toneladas de concreto que desde a semana passada a construtora Hestia começou a colocar na segunda torre do empreendimento Ilhas Gregas, no bairro Dom Bosco, são o reflexo de um fenômeno pelo qual passa a construção civil de Itajaí: a migração da verticalização do centro para os bairros da cidade. Paulo Praun, secretário de Urbanismo da prefa peixeira, estima que dos 407 alvarás emitidos para construções no primeiro semestre deste ano, entre 60 e 80 sejam para prédios. “E aproximadamente 20% deles na área central e 80% nos bairros”, informa ainda.

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O interesse em grande escala das construtoras pelos bairros peixeiros é coisa recente. “Nos últimos cinco anos intensificou-se a procura de novos empreendimentos e consultas de viabilidade para ...

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O interesse em grande escala das construtoras pelos bairros peixeiros é coisa recente. “Nos últimos cinco anos intensificou-se a procura de novos empreendimentos e consultas de viabilidade para construção de edifícios nas áreas de bairros”.

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As regiões da Fazenda, Praia Brava, Vila Operária, Dom Bosco e São Judas, diz o secretário, têm sido as mais procuradas pelos empreendedores para conseguir licenças de construção na prefa. “Mas na região da Murta tem conjuntos de prédios habitacionais de quatro pavimentos, que já dá pra considerar verticalização”, observa ainda Praun.

Pelos dados do instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Itajaí tem hoje algo perto de 64,7 mil habitações. Em menos de 10 anos, calcula Paulo Praun, esse número deve subir para 85 mil. Por isso, o alvo das construtoras são a demanda por moradia e o potencial de crescimento de Itajaí.

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É o caso da Hestia, que é de Curitiba e resolveu investir pesado num bairro que até então somente tinha visto pequenas construções. “O Dom Bosco é um bairro eminentemente residencial, com fácil acesso para quem vem da BR- 101 e para quem vai ao centro da cidade, ou mesmo para Balneário Camboriú”, justifica Gustavo Selig, presidente do grupo paranaense.

O tamanho do Ilhas Gregas dá uma ideia da aposta das construtoras. É um empreendimento com cinco torres, cada uma com 13 andares. Uma já foi entregue, a Mikonos. A segunda, a Santorini, é a que está recebendo as exageradas 46 mil toneladas de concreto e deve ser concluída este ano. Tanto cimento assim é pra dar conta da sustentação dos 88 apês de dois ou três quatros. Todo o empreendimento terá 286 unidades.

Especulação elevou preços em até 700%

O empresário Alceu Rauber, da Max Imobiliária, confirma a especulação no preço dos terrenos do centro de Itajaí. A culpa, diz, não é dos corretores ou imobiliárias e sim dos donos dos imóveis que estariam querendo lucrar além da conta com o boom da construção civil na cidade.

Pra ele, dois fatores têm influenciado diretamente nessa especulação. Um deles é a velha lei da oferta e da procura do mercado. Ou seja, tem mais imobiliária querendo comprar do que proprietário querendo vender. “Mas embora tenhamos uma grande demanda, não se justificam os preços dos terrenos que alguns proprietários pedem”, alfineta.

O segundo motivo é a referência com preços de uma outra realidade imobiliária. “Alguns proprietários querem comparar o nosso mercado com Balneário Camboriu, que são totalmente diferentes”, observa.

Preço de terreno muito alto também prejudica a corretagem, afirma o dono da Max, uma das maiores imobiliárias da região. “É ruim para as imobiliárias e também para as incoporadoras”, faz questão de dizer. Isso porque o preço do imóvel vai refletir diretamente no preço final de um apê. “As imobiliárias, os corretores e as incorporadores não têm nenhum interesse em elevar os preços do mercado, pois isso acarreta diminuição da velocidade das vendas e em menos vendas”, conclui.

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Terrenos caros empurram construtoras para os bairros da cidade

Além de agarrar oportunidade pela demanda de moradias, um outro fator estaria empurrando as grandes construtoras para os bairros de Itajaí: a sobrevalorização dos terrenos nas áreas centrais. É o que acredita Paulo Praun, chefão da secretaria de Urbanismo da prefa peixeira. “Tem gente no centro querendo o dobro do que o mercado avalia e as construtoras pedem”, afirma Praun.

O empresário José Carlos Santos Leal, presidente do sindicato da Construção Civil (Sinduscon) de Itajaí, também aponta o encarecimento dos imóveis do centro como um dos motivos para as construtoras migrarem pra fora da área central. “É uma coisa óbvia. Um terreno no bairro é bem mais barato”, descasca.

Gustavo Selig, presidente do Grupo Hestia, faz coro com os que alertam para o encarecimento dos terrenos no centro. “Estamos passando por uma fase, nesse segmento, onde existe a evidente valorização dos imóveis, justamente pelo aumento da procura. Isso acaba criando também muita especulação”, avalia.

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Mas, pro dono da construtora paranaense, o próprio mercado vai tratar em breve de colocar as coisas em ordem. “Uma compra com valores acima de mercado compromete a viabilidade e liquidez do projeto a ser desenvolvido, o que certamente vai desacelerar o ritmo das aquisições e proporcionar a normalização dos preços”, acredita.

Ainda pra José Carlos Leal, o que também estaria ajudando tanto na migração da verticalização em Itajaí quando na valorização das áreas centrais é a escassez de imóveis adequados para a construção de edifícios. “Isso é uma tendência natural. Chega uma hora que acabam os terrenos e tem que procurar outras áreas.”




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