Umas 200 pessoas devem participar de um panelaço no Balneário Camboriú, no fim de semana, pra tentar acabar com o desemprego dos músicos da city. Cerca de 40 profissionais estão sem trampo há pouco mais de um mês, depois que a polícia Civil passou a cumprir determinação do Ministério Público e brecou alvará pras casas noturnas, bares e restaurantes sem isolamento acústico. A tendência é que mais botecos fechem e outros músicos fiquem na rua da amargura.
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A categoria participou de uma audiência pública há duas semanas, exigindo uma solução pra pendenga, mas até ontem nada havia sido feito pra reverter a situação. Com receio de que a classe fique extinta no município, os músicos organizam um manifesto pra rolar às 15h do sabadão. A ideia é reunir os profissionais amadores, artistas de outras áreas e até o povão que curte uma música ao vivo, na praça Almirante Tamandaré, na beira-mar. Com cartazes e carro de som, querem abrir o berreiro em busca de uma solução. O manifesto não terá hora pra terminar.
O secretário da associação dos músicos da city, Sebastião Leôncio, afirma que já tentaram negociação com a promotoria, mas não conseguiram nada. A carcada partiu do dotô Rosan da Rocha, que exigiu da polícia a fiscalização da lei do silêncio. Desde então, a Civil passou a brecar os alvarás daqueles estabelecimentos que não têm isolamento acústico. Muitos músicos já estão sem trabalho. Faremos o manifesto pra mostrar ao promotor o que ele fez e tentar reverter a situação, afirma Leôncio.
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Proporção nacional
O berreiro chegou longe. Representantes da ordem dos Músicos do Brasil (OMB) se colocaram à disposição da galera da Maravilha do Atlântico pra, se necessário, visitar as otoridades e tentar reverter a situação. Ressaltamos nossa tristeza com o fato, lascou o presidente Sebastião Carlos de Andrade, o Machadinho, em nota oficial.
Júlio Urqueta, chefe do setor de fiscalização de alvarás da polícia Civil, informa que estão numa sinuca de bico. Ele diz não cabe à puliça liberar as autorizações, pois apenas cumpre ordens do MP, que exige o cumprimento da lei. Não temos culta. Somos apenas os cuidadores da situação, mas gostaria que eles [os músicos] nos procurassem para encontrar uma alternativa. A reportagem não conseguiu contato com o promotor Rosan.