O acidente rolou às 7h48, no início do expediente da chique clínica Centro de Diagnóstico da Mulher. O bruto, placa EJY 5753 (Guarulhos/SP), chegou pra descarregar mercadoria. O motorista estacionou no início da ladeirinha do mercado, enquanto um funcionário pegava as mercadorias. Quando o peão tava dentro do baú, o caminhão começou a descer de ré. O bruto atravessou a rua e se espatifou no muro da clínica. Por sorte, não passavam veículos. Um ciclista freou a tempo de deixar o caminhão passar sem lhe atingir.
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O impacto da batida foi tão forte que as mercadorias voaram pra fora do baú. O peão, de nome Francisco, levou um baita susto. Ele saiu tonto e sem saber o que fazer. As câmeras de monitoramento da clínica, que ficam ligadas 24 horas por dia, registraram todo o acidente, que você pode acompanhar no site do DIARINHO.
As imagens mostram que, segundos antes do porradaço, um ciclista trafegava pela rua e teve que frear a magrela pra não ser atingido. O acidente rolou cinco minutos depois de uma gestante passar pela calçada e entrar na clínica.
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Vizinho levou cagaço
O servidor público Jair Firmino da Rocha, 58 anos, que mora num prédio vizinho à clínica, entrava no banheiro quando ouviu o porradaço. Assustado, foi até a varanda e viu o estrago. Minha enteada de 12 anos dormia naquele momento e acordou assustada, lembra Jair.
O servidor não se conforma com a falta de segurança e a imprudência dos motoristas que entram e saem do supermercado. Todas as noites é uma bagunça. Os caminhões de lixo sobem e descem durante a madrugada e geram caos, lascou o peixeiro.
O administrador da clínica, Adílson Fábio Francisco, 36, viu o acidente quando chegava pra trabalhar. O cara lembrou, na hora, dos clientes atendidos no centro.Nós temos 12 médicos, e cada um atende mais de 20 clientes por dia. Um deles poderia, fatalmente, ter sido atingido e morrido. Tivemos sorte, declarou Francisco.
O administrador conta que este não é o primeiro perrengue. Em menos de dois anos este é o terceiro acidente, comenta Adilson. O primeiro porradaço rolou no início de 2010 e o segundo em agosto do mesmo ano.
Como forma de protesto, a dona da clínica, Áurea de Souza, estacionou o seu carango, o BMW, placa MID 6740 (Itajaí), em frente ao estacionamento do supermercado. Hoje, não entram e nem saem caminhões do supermercado até que alguém tome uma medida de segurança pra acabar com isso, esbravejou.
Gerente da Nutrella admite falha
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O gerente operacional da Nutrella, Carlos Brasil, explicou que o acidente rolou por falha do motorista do caminhão. Eles deixaram o caminhão estacionado apenas com o freio de mão acionado. Não colocaram na marcha. Só no freio de mão, daí não dá mesmo, confessou Carlos.
O administrador da clínica comenta que o motorista ficou de arcar com os prejuízos da clínica, mas, segundo ele, até o final do dia ninguém tinha ido lá pra tirar os entulhos do acidente. O Angeloni não fez nada, nem emprestar uma vassoura pra limpar a sujeira... Sempre quem arca com as despesas são os próprios caminhoneiros, comenta.
O DIARINHO entrou em contato com a direção do Angeloni, que informou, via assessoria de imprensa, que lamenta o acontecido e se coloca à disposição caso haja alguma dificuldade da clínica em ter a reparação financeira. O mercado disse que pode intermediar o contato com a empresa responsável pelo acidente.
A rede também vai insistir com seus fornecedores pra que orientem melhor seus funcionários na busca de maior segurança no processo de carga e descarga. O Angeloni, inclusive, vai exigir de seus parceiros maior segurança nesta movimentação.
Administrador não quer caminhões na rua
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O administrador do centro de Diagnóstico da Mulher, Adilson Fábio Francisco, diz que se a galera demorar pra mandar consertar os estragos feitos pelo caminhão, ele mandará consertar e levará as notas fiscais pro Angeloni pagar. Pro Adilson, a rua é estreita demais e não deveria admitir o tráfego de caminhões.
Ontem, ele pediu que fiscais da Codetran fossem verificar as condições da via, mas até o final do dia, nenhum guardinha deu as caras. Quando tiver uma vítima fatal, não adianta mais nada. Tem que tomar uma providência antes que tirem a vida de alguém, esbraveja.
O gerente diz que os moradores de um prédio vizinho já se prontificaram a fazer um abaixo-assinado pra impedir o trânsito de caminhões ali.
O coordenador da Codetran, José Alvercino, ficou de ver a situação. Ele diz que se o administrador fez o pedido, hoje ele receberá e encaminhará à secretaria Municipal de Urbanismo. Cabe a secretaria analisar e fazer um estudo de impacto de viabilidade de tráfego. Provavelmente, há seis anos, quando o Angeloni se instalou ali, esse estudo já foi feito, adianta Zé.
Como a rua e a cidade mudaram neste período, Zé acredita que nada impede que o estudo seja refeito. Sobre a rampa do mercado, Zé acredita que é ela é íngreme demais. A rampa é muito inclinada, poderia ser mais leve, explica o abobrão.
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