A reportagem deu um rolê ontem pelas ruas do bairro Cidade Nova, em Itajaí, e ficou dicara com a quantidade de crianças empinando pipas. Até aí, tudo bem. Mas foi só procurar um pouco mais pra flagrar as cenas duma desgraceira anunciada. Uma carrada de pivetes com linhas próximas aos fios de alta tensão. A gente briga, manda ficar longe dos fios, mas eles não escutam, confessa a vovó Elza Rodrigues Gomes.
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O bairro não tem um campo aberto pra empinar pipa em segurança. A concentração, principalmente de meninos, rola pertinho da rua Paulo Ari de Franca. Tem vala, vaca e fica perto da BR. É perigoso ...
O bairro não tem um campo aberto pra empinar pipa em segurança. A concentração, principalmente de meninos, rola pertinho da rua Paulo Ari de Franca. Tem vala, vaca e fica perto da BR. É perigoso brincar lá, diz Lucas Guilherme da Silva, 15, que admite empinar pipa perto dos fios e ainda com linha cheia de cerol.
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Ficam de olho
As mães, mesmo concordando com o perigo, se sentem mais seguras quando os filhos tão por perto. É o caso da dona de casa Cristine Terezinha Souza da Silva, que, mesmo com os afazeres domésticos, sempre acha um tempinho pra ficar de olho no filhote enquanto ele brinca na rua. É arriscado, mas não tem onde brincar. Fazer o quê?, diz.
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Dá morte
O chefão da centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) em Itajaí, Omar Bernardino Rebello, o Baga, não sabe mais o que fazer pra acabar com as ocorrências envolvendo pipas na city peixeira.
Segundo ele, 80% dos atendimentos da Celesc são relacionados com pandorgas enroscadas na fiação. O gasto com esse trabalho é absurdo. Sem contar que as crianças que tentam tirar pipas do fio podem morrer eletrocutadas. Isso tem que acabar, desabafa Baga.