Delicada e frágil. Esta é a situação financeira do hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, que recebe apenas R$ 86 mil por mês da prefeitura peixeira. A maior unidade hospitalar da região, que atende uma média de 1500 pacientes a cada 30 dias, está afundada em dívidas, que giram em torno de R$ 7 milhões. Muitos dos compromissos não são quitados por um único motivo: a falta de suporte financeiro do município, que não repassa nem 4,74% do que o hospital recebe dos governos estadual e federal. Assim, o prejuízo mensal do Marieta é de aproximadamente 700 mil mangos.
Continua depois da publicidade
Através do sistema Único de Saúde (SUS), o governo federal envia ao Marieta cerca de R$ 1,6 milhão mensais, enquanto o estado manda pouco mais de R$ 220 mil/mês. O mais surpreendente é que a prefa ...
Através do sistema Único de Saúde (SUS), o governo federal envia ao Marieta cerca de R$ 1,6 milhão mensais, enquanto o estado manda pouco mais de R$ 220 mil/mês. O mais surpreendente é que a prefa de Itajaí só respinga ao principal hospital da região da Amfri algo em torno de R$ 86 mil a cada 30 dias.
Continua depois da publicidade
A advogada Zilda Bueno, do Marieta, diz ser impossível ficar indiferente às dificuldades do local. Não está nada fácil o dia-a-dia. Esse caos atrapalha até o nosso trabalho. Mas o pior é não existirem perspectivas da situação melhorar, desabafa, lembrando que o dindim que vem da prefa paga apenas 30% dos vencimentos de médicos em plantão e sobreaviso. Já o dinheiro do SUS é destinado aos honorários médicos, os fornecedores de material e medicamento, além dos atendimentos de pronto-socorro, ambulatório, centro de imagem e serviços terceirizados, enumera.
É através de empréstimos periódicos, segundo Zilda, que a unidade peixeira ainda respira. Pra ela, se não fosse pelo instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, que administra o hospital, a crise já teria se agravado há muito tempo, pois são as religiosas que levantam fundos pra instituição. As irmãs fazem empréstimos todo mês. É a única maneira de trabalhar, de pagar as contas, de comprar equipamentos, enfim, é a única maneira de sobreviver, revela.
Continua depois da publicidade
Além da falta de grana e da recente suspensão das cirurgias eletivas aquelas em que não há risco de morte -, o hospital também sofre com a superlotação que, somada à escassez de médicos e enfermeiros, torna o lugar que deveria salvar vidas em algo perigoso até pros profissionais que lá trabalham, porque estes estão sobrecarregados e no limite.
Jogou no lombo do estado
A secretária de Saúde peixeira, Dalva Maria Rhenius, tenta explicar o motivo da verba mirrada pro Marieta, jogando a bomba pra administração barriga-verde. O hospital merece mais investimento do estado. O município tem a rede básica, o pronto atendimento do São Vicente, os laboratórios, os programas de atendimento à família, entre outras coisas pra cuidar, argumenta, citando como urgente a reforma que traria mais 40 leitos pro Marieta, mas ressaltando que dos cofres municipais essa grana não sairá. Só pra lembrar, a prefa da vizinha Balneário Camboriú libera todo mês R$ 650 mil pro hospital Santa Inês, que é menor do que o Marieta e é outro que tá mal das pernas.