Ainda pela fuçada, 66,2% das pessoas vai conhecer ou revisitar algum destino dentro do país. E o Nordeste ganhou disparado como a região que é o sonho de consumo dos turistas tupiniquins. Quase metade disse que pretende conhecer a terra gerimum, do coco e da carne-seca. É também maioria os que vão de avião (61%).
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Um outro dado interessante, é que 87,2 dos entrevistados disse que vai viajar acompanhado, o que aumenta ainda mais o percentual de turistas perambulando pelaí nos próximos seis meses.
Ainda falta infra, diz especialista
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Apesar da tendência de crescimento do turismo brasileiro, a turismóloga Josiane da Luz, 29 anos, diz que ainda falta muito para que o brasileiro incorpore a cultura de viajar. O motivo, diz a professora da universidade do Vale do Itajaí (Univali), é a falta de infraestrutura no setor. Na Europa, você vai pra diversos destinos e paga um valor pequeno. Tem fácil acesso de trem. Aqui ainda é tudo muito caro, muito difícil, lamenta.
A especialista cita o exemplo do Nordeste, que é o destino preferido do povão. Não há uma linha aérea direta, tem que fazer conexão, correr o risco de ficar trancado em aeroportos, as estradas tem problemas. Fazem muita propaganda, mas falta estrutura, descasca a sabichona.
Mesmo assim, diz Josiane, a notícia de que mais gente pretende viajar é boa para o setor. Isso já é um avanço. As coisas estão mais acessíveis, temos mais operadoras, mais agentes, mais facilidade de pagamento, analisa, completando: Antes era praticamente impossível ir à Argentina. Hoje um operário vai a Buenos Aires, pagando um pacote em 12 vezes.
Como é feita a pesquisa
A pesquisa foi encomendada pelos abobrões do ministério do Turismo aos sabichões da fundação Getúlio Vargas (FGV) e já rola desde 2005. São ouvidas mais de duas mil pessoas em sete grandes capitais brazucas: Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. Esse universo, garante o pessoal da FGV, dá uma ideia do que pensa o povão. A margem de erro da pesquisa seria de 2,2%.
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Elas vão aproveitar a onda e ir para o exterior
A bióloga Caroline Fernandes da Silva, a Caru, 29 anos, de Itajaí, e a empresária Terezinha Custódio, a Teti, 46, de Penha, fazem parte dos 34,4% dos brasileiros que já pensam em fazer as malas e curricar por aí. E vão em alto estilo. Teti vai para a Europa em dezembro e Caru para Nova Iorque no comecinho do ano que vem.
Turismo já faz parte dos hábitos dessas duas mulheres. Caru passeia pelo menos duas vezes por ano. Como minhas férias são fragmentadas, tenho alguma dificuldade e costumo fazer viagens curtas. Mas agora será diferente. Ao exterior será minha primeira viagem em quatro anos, diz.
Teti tem viajado mais para fora do país. Nos últimos três anos visitou a Bolívia, o Peru, a Argentina e o Uruguai. Mas também conhece bem o Brasil. Bahia, Mato Grosso, São Paulo, Rio Grande do Sul, o vizinho Paraná e, claro, a Santa & Bela Catarina são destinos em que já esteve e elogia. Sempre foi muito bom a passagem por todos os lugares que estive no Brasil. Nunca enfrentei qualquer problema, afirma.
Dessa vez a empresária de Penha vai para a Irlanda. Vou visitar meu filhão Juan, que está estudando lá, conta. Além de matar as saudades do filho, já tem preparado um passeio pelo restante da Europa. De lá vamos juntos fazer um Eurotur, conta.
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Caru vai viajar com um primo, atraída pelo glamour da Nova Iorque. Nos atrai a diversidade e a influência que a Big Apple exerce. Buscamos cidade, cultura, conceitos, viaja. Mas admite que tem outras intenções por lá: Claro que as compras fazem parte da viagem, mas não é o aspecto mais importante.
Em comum, além de fazer a próxima viagem ao exterior, as duas tem a opinião de que ficou mais fácil viajar no Brasil. As facilidades aumentaram para viajar e o poder aquisitivo também, diz a bióloga. Ficou muito mais viável comprar passagens, completa a empresária.