O motora R.P., 28 anos, foi inventar de quebrar a rotina e almoçar fora com a mulher, mas se deu mal. O gosto doce do chocolate da sobremesa amargou logo que saiu do estacionamento do Itajaí Shopping, por volta das 12h30. Eu desemboquei na rua Silva e precisava ir até a Joca Brandão. Demorei 30 minutos no trajeto. Os guardas da Codetran [coordenadoria de Trânsito e Transportes] só serviram pra ficar apitando. Não resolviam nada, relata.
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O rapaz acredita que os bagrões do trânsito deveriam pensar numa maneira de evitar que os motoristas tenham que passar perto das obras.
O trajeto que Rodrigo S. Santos, 39, faz normalmente em cinco minutos, ontem levou 40. Às 13h15, o motora chegou na rua Silva e por lá empacou. Pra conseguir chegar na Lauro Müller, Rodrigo passou pela Pedro Ferreira, José Bonifácio Malburg, virou à esquerda na Felipe Schmidt e dobrou a 15 de novembro. Tava uma desorganização e não tinha nenhum guarda da Codetran pra orientar. Tinham carros e motos furando a fila. A gente já anda devagar e ainda tem que aguentar os motoristas que não respeitam essa fila. Eu tô tão atrasado quanto eles, lasca.
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Rodrigo acredita que o perrengue vai rolar até o término das obras e reconhece a importância das obras, mas espera uma atuação mais significativa dos guardinhas. O pessoal da Codetran tem que trabalhar de forma mais ativa pra fazer fluir o trânsito e brecar os motoristas que não respeitam as filas, opina.
Só com o fim das obras
O coordenador da Codetran, José Alvercino Ferreira, diz que não tem como fazer milagre no trânsito de Itajaí. Com o grande número de automóveis, os guardinhas desafogam de um lado e a fila de forma em outro. A hora que acabar todas as obras os problemas estarão resolvidos, acredita.
Zé ainda revela que hoje o trânsito da Samuel Heusi até a Felipe Schmidt vai funcionar em mão inglesa pra ajudar no fluxo de veículos. Mas não vai melhorar muito, já alerta o abobrão.
Falta paciência, diz especialista
Devido ao número de obras na cidade e a quantidade de carros, não tem o que fazer, opina o sabichão de trânsito Carlos César Pereira. Pro entendido, a única solução pros motoras está na paciência e educação. Ninguém quer obedecer aos semáforos, agentes e placas.
Os motoristas ignoram as regras e acabam se trancando sozinhos, afirma. Cesinha ainda diz que o povo tá muito mal acostumado. Infelizmente ninguém quer esperar, todo mundo quer parar em frente da loja, do trabalho. Ninguém quer deixar o carro mais na frente. Não estávamos acostumados com essas obras e agora estamos sofrendo as consequências, conclui.
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Onde vai rolar mais quebra-quebra
O quebra quebra do Semasa vai durar muito tempo ainda. Hoje e amanhã, os peões vão mexer na rua Joinville, entre a 15 de Novembro e Sete de Setembro; e na Lauro Muller, nos trechos entre a Olímpio Miranda Junior e a Eurico Krobel.