A votação foi secreta. Sete vereadores votaram a favor, um contra e outro fingiu que assinalou a cédula, mas a deixou em branco. No final, Samir Mattar (PMDB) foi cassado. O julgamento do prefeito de Barra Velha começou na sexta-feira à noite e o veredicto só saiu às 4h da manhã de sábado. Até aí, nenhuma novidade. Mas, aos que se perguntaram qual o voto de cada um dos parlamentares, o DIARINHO foi à luta pra acabar com o mistério.
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O eu não fui foi a expressão mais usada pelos vereadores da Terra do Pirão pra dizer que não tinham votado contra o impeachment ou deixado a cédula em branco. No entanto, não foi bem essa a resposta ...
O eu não fui foi a expressão mais usada pelos vereadores da Terra do Pirão pra dizer que não tinham votado contra o impeachment ou deixado a cédula em branco. No entanto, não foi bem essa a resposta de Jair Irineu Bernardo (PSB). O parlamentar fez o maior mistério e se negou a dizer qual seu posicionamento quanto à cassação de Samir. O voto é secreto e temos que preservar. Se eu responder se fui eu quem votou em branco, temo que minha declaração possa contribuir pra anular o processo, afirma.
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No entanto, Douglas Elias da Costa (PR) não fez cerimônia. Eu votei contra o impeachment, e quem votou em branco foi o Jair, lasca o vereador. Ele diz que sua posição foi uma prova de fidelidade política, já que fez parte da coligação que elegeu Samir. Tinha gente que tava até agora ganhando na prefeitura. A hora que o velho caiu, todo mundo pulou fora. Sou contra essa prostituição na política, argumenta Douglas. Ele acredita até que Samir possa reverter a situação e conseguir o direito de voltar ao comando da prefa. Os que votaram a favor agiram por interesse próprio. Mas eles não pensaram que a justiça é cheia de falhas. Vai que ele reverte a situação?, conclui o puxa-saco do ex-prefeito.
Ensaio do retorno
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No domingo, Samir disse à reportagem do DIARINHO que seus advogados vão entrar com recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pra cancelar a cassação. No entanto, o tribunal informou que o prefeito cassado não pode recorrer do impeachment no TRE, já que foi uma cassação na câmara de vereadores e não teve nenhum cunho eleitoral. Caso o véio ainda pense em lutar pra reverter a situação, recuperar a cadeira na prefa e não perder os direitos políticos por oito anos, tem de procurar a justiça comum.
QUEM TAVA LÁ!
Vereadores que deram o veredicto:
Carlos Alberto da Silva (PR)
Cézar do Rio Novo (DEM)
Douglas Elias da Costa (PR)
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Jair Irineu Bernardo (PSB)
Manoel Miguel Pinheiro (PMDB)
Narcizo Manoel Vieira Júnior (DEM)
Nivaldo José Ramos (DEM)
Oléias Nogaroli (PMDB)
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Sandra Ronchi (PP)
Traduzindo do inglês, impeachment significa impugnação de mandato e é usado pra denominar o processo de cassação do chefe do poder executivo, e pode rolar através do Congresso Nacional, das assembleias estaduais ou câmaras de vereadores. No Brasil, em 1992 o então presidente Fernando Collor de Mello sofreu o impeachment. Ele foi acusado de estar envolvido em esquemas de corrupção, em parceria de seu sócio e tesoureiro de campanha eleitoral Paulo César Farias. A denúncia partiu do irmão do ex-presidente, Pedro Collor de Mello, na revista Veja daquele ano. Pra não perder os direitos políticos, Collor renunciou à presidência. Mesmo assim, ele foi condenado a ficar oito anos fora da política.
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