A areia da praia de Perequê, a principal de Porto Belo, tá recebendo um tratamento desde o fim da semana passada. A prefa da city mandou aplicar um produto biológico pra desemporcalhar um trecho da orla. A medida é experimental e foi tomada após uma série de reportagens feitas pelo DIARINHO, em julho deste ano, alertando sobre o nível de poluição das areias dos balneários da região. A empresa que faz a limpeza afirma que a ação na areia de Porto Belo é inédita no Brasil.

Há cerca de dois meses, o DIARINHO divulgou dados do laboratório Freitag Ambiental sobre o nível de Escherichia coli (um tipo de bactéria que tem em cocô de gente e de bichos) nas areias das praias da região e o resultado foi alarmante: o nível de merdança na areia chegava a ser de 50 a cinco mil vezes maior do que o permitido pra água, segundo os critérios de balneabilidade da fundação do Meio Ambiente (Fatma).

O prefeito de Porto Belo, Albert Stadler, o Curru, conta que, após ver as reportagens, resolveu fazer um teste num trecho da areia da praia de Perequê. “Temos a expectativa de que a limpeza funcione bem. Vimos a reportagem e resolvemos fazer uma experiência num trecho de 500 metros da praia, que custou cerca de R$ 6 mil. Um valor baixo, se comparado com o ganho que a cidade pode ter no turismo e, principalmente, na questão de saúde pública que está envolvida,” diz o bagrão.

Pro dono da empresa que faz a limpeza, Jackson Gilberto Trindade Fávero, os resultados devem aparecer em pouco tempo, apesar das chuvas. “Em um dia, o nível de produtos orgânicos diminuiu cerca de 25% após a primeira limpeza com o produto. Se não tivesse chovido, seria melhor ainda”, garante o sabichão, lembrando que a substância não prejudica o povão.

Jakson conta que esta é a primeira vez que se faz esse tipo de tratamento de limpeza na areia de uma praia no Brasil. O conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), órgão que regula as leis ambientais nessa área, informou que não há registro anterior no país de uma ação semelhante em outra praia.