Nem o delegado Ademir Braz de Sousa, 61 anos, que é vereador pelo PMDB em Brusque, foi poupado da ação da bandidagem. No final de noite segunda-feira, ele foi atacado por bandidos, sequestrado e abandonado no alto do morro do Boi, às margens da BR-101, entre Balneário Camboriú e Itapema. Os ladrões levaram do policial o baita Vectra, placa MJX 1950 (Brusque), e R$ 27 em dinheiro que ele tinha na carteira. Pro dotô Ademir, os bandidos não sabiam que ele era delegado. Eu estava no lugar errado e na hora errada quando fui abordado, disse ao DIARINHO.
O ataque dos bandidos aconteceu às 23h15 na rua Felipe Schmidt, no bairro São Luiz, em Brusque. O delegado-político parou o carro e foi abrir a porta de uma garagem onde guarda o Vectra, perto do ...
O ataque dos bandidos aconteceu às 23h15 na rua Felipe Schmidt, no bairro São Luiz, em Brusque. O delegado-político parou o carro e foi abrir a porta de uma garagem onde guarda o Vectra, perto do seu apê. Ademir estava sozinho quando percebeu que um carro de cor azul, provavelmente um Gol ou um Palio, se aproximou rapidinho. Dois elementos saíram de arma em punho e me mandaram sentar no banco de trás. Um assumiu o volante e outro foi ao meu lado, contou.
Os ladrões são brancos e vestiam blusas de moletom com capuz. Pela voz pude perceber que eram jovens, afirmou o dotô. Os bandidos, disse ainda o delegado, estavam calmos. Me disseram que era para eu não reagir nem tentar fugir que não iriam me fazer mal, pois só queriam sair da cidade e estavam perdidos, relatou.
Eram ladrões de carro
No caminho foi que Ademir percebeu que a intenção dos ladrões era outra. Quando eles chegaram na BR-101 e não o libertaram, ele simancou que os caras queriam mesmo era roubar seu carro.
No alto do morro do Boi, os ladrões pararam o Vectra. Pediram a carteira do delegado, pegaram o pouco dinheiro que tinha lá dentro e devolveram o resto, inclusive os cartões de crédito. Eram ladrões de carro. Deviam estar dando voltas em Brusque até que encontraram um carro que queriam, o Vectra, acredita o policial.
Dotô Ademir começou a descer o morro caminhando e logo parou um motora pra lhe oferecer ajuda. Ele então foi levado para o posto da polícia Rodoviária Federal de Itajaí, onde o alerta do assalto foi dado. Mas os bandidos não foram encontrados. O boletim de ocorrência foi registrado na depê do Balneário Camboriú. A própria polícia levou o delegado de volta a Brusque.
Dotô ensina como reagir a um assalto
Ademir não estava armado e, mesmo sendo policial, não tentou dar uma de machão pra cima dos assaltantes. Foi sua reação serena, disse, que fez com que os bandidos não praticassem qualquer ato de violência física. Mantive a calma, tentei demovê-los de qualquer intenção de violência e me disseram que não estavam ali pra agredir, lembrou o dotô.
Pra ele, essa deve ser a reação de uma pessoa que esteja sob a mira de bandidos. Como policial aconselho a pessoa a manter a tranquilidade, não reagir, não tentar fugir, falou o delegado, que trampa como plantonista da central de Polícia.
Em outubro de 2009, o delegado Ademir Braz foi preso por uma força-tarefa da polícia Federal e do Ministério Público Estadual. Ele responde processo em liberdade por envolvimento com empresários da jogatina. A acusação contra o dotô é que facilitaria o funcionamento de bingos e caça-níqueis.