O tempo cinzento sem chuva da tarde de sexta-feira animou os moradores de Itajaí, que não acreditavam que a enchente chegaria na city peixeira. Porém, as notícias não são nada animadoras: os níveis dos rios começaram a subir rapidamente na noite de sexta-feira e a previsão é que as águas façam mais estragos. A previsão de uma enchente igual ou pior a 2008 ainda tá mantida.
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A defesa Civil avisa ainda que a galera não deve deixar os abrigos ou a casa de parentes. É importante que todos acatem nossa recomendação, aguardando até a manhã de sábado para termos uma noção ...
A defesa Civil avisa ainda que a galera não deve deixar os abrigos ou a casa de parentes. É importante que todos acatem nossa recomendação, aguardando até a manhã de sábado para termos uma noção do volume de água que chegará ao nosso município, explica o coordenador da defesa Civil , Everlei Pereira.
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Segundo Everlei, a situação crítica começaria às 22h de sexta-feira e seguiria pela madrugada e manhã de sábado. A situação tende a piorar extremamente em Itajaí, adverte o chefe da defesa Civil.
O professor João Luiz Baptista de Carvalho, coordenador do centro de Ciências tecnológicas da Terra e do Mar (CTTMar) da Univali, concorda com a defesa Civil. Como o pico da maré foi às 11h em Blumenau, aqui essa água deve chegar por volta de 1h da manhã de sábado. Esse deve ser o ponto mais crítico pra cidade, conclui Carvalho.
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Dragagem ajudou
Um dos motivos que retardou a invasão das águas nas ruas peixeiras, como rolou em 2008, foi a grande vazão do rio Itajaí-açu, após a dragagem no canal do porto. Ainda não temos certeza absoluta, mas um dos motivos que teriam ajudado a diminuir os efeitos da enchente foi a dragagem no rio, opina Rafael Stein Santos, sabichão da praticagem do porto de Itajaí.
O professor João Luiz concorda com ele. Sem dúvida, a dragagem do rio Itajaí-açu foi vital pra melhora da vazão. Em 2008, com os deslizamentos, a profundidade do rio chegou a seis metros e hoje está em 14 metros até o porto, conclui o professor.
Desgraceira ficou em segredo
Correria pra alojar os desabrigados, falta de alimentos e cobertores. Tudo isso poderia ter sido evitado ou pelo menos amenizado. Isso é o que garante o ex-gerente de Prevenção da Defesa Civil, Marinho Stringari, que levou um pé na bunda na terça-feira por causa de um bate-boca com o chefão da defesa Civil, Everlei Pereira.
Segundo Marinho, a defesa Civil já poderia ter avisado o povão da previsão de enchente na manhã de terça-feira, mas ele foi proibido pelo chefe. Conversei com o Everlei sobre a necessidade de emitir um comunicado oficial pra população sobre o risco de enchente. Mesmo com os dados do volume de chuvas em mãos, ele se recusou a emitir o comunicado. Eu insisti nisso e ele me respondeu que era ele quem mandava e que não iria sair nenhum alerta. Depois ele marcou uma reunião do Conselho Municipal e pediu a minha demissão, conta Marinho. Everlei se recusou a falar sobre o assunto com o DIARINHO.
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