Parte dos moradores de Itajaí que tiveram que sair de casa e dormir, tomar banho e se alimentar nos abrigos públicos da cidade, começou ontem o caminho de volta. A cada partida, o Exército tá disponibilizando uma cesta básica, materiais de limpeza e higiene pessoal. Dos 18 abrigos, dois foram fechados ontem: escola Henrique da Silva Fontes e escola Henrique Midon, no São João. Ontem, até às 18h30, duas mil pessoas permaneciam nos 16 abrigos ainda em funcionamento. Por conta disso, não haverá aula na rede municipal de ensino hoje.
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A moradora do Promorar Guilhermina Zeni da Silva Rocha, 33 anos, foi quinta-feira pro abrigo do ginásio Gabriel Colares, na Vila Operária. Assim como muitos desabrigados, que já tinham retornado ...
A moradora do Promorar Guilhermina Zeni da Silva Rocha, 33 anos, foi quinta-feira pro abrigo do ginásio Gabriel Colares, na Vila Operária. Assim como muitos desabrigados, que já tinham retornado pra suas casas, a muié também não via a hora de tudo voltar ao normal, pra poder levar os quatro filhos de volta pra baia. Ainda assim, tá preocupada. Como é que a gente vai voltar pra casa sem nada?, questiona.
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A mãe dela, dona Zeni Praga da Silva, mora no Brejo, no bairro Cordeiros, e também teve que deixar o local onde mora. Ao contrário da filha, ela se alojou na casa de outra filha, em frente ao ginásio. Querer ir embora todo mundo quer, né? Mas tem que esperar, fala. A família calculava voltar pra residência hoje.
A situação no Gabriel Colares tava se normalizando, segundo a coordenadora do abrigo, a professora Elizabete Laurindo. Bete diz isso porque boa parte dos abrigados já tinha retornado pra casa. De 412 pessoas, na noite de sábado, havia 303 no final da manhã de ontem. A coordenadora explica que muitos deles tavam ligados nas notícias de rádio e tevê. Eles ouviram que a água tava baixando e já voltaram pras casas, comenta.
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Rango bom
O salão da Igreja do São Cristóvão, no Cordeiros, ainda abrigava muita gente ontem de manhã. Mesmo os que já tinham ido embora voltaram ao local pra fazer as refeições. Nós estamos preparados pra isso, disse a coordenadora do lugar, Leni Tessele. A muié elogiou bastante o trabalho dos voluntários e disse que ainda tava precisando de mais produtos de limpeza e de higiene pessoal. Ela calcula que até quarta-feira ninguém mais deva estar lá. No abrigo armado no colégio Nilton Kucker, 30 famílias ainda tavam por lá, ontem, às 18h30. A prefa tá em busca de voluntários recreadores pra montar atividades pras crianças, que tão num ócio só. Quem tiver a fim de ajudar, basta dar um pulo na escola, na rua Alfredo Trompowski, bairro Vila Operária.
Desativar abrigos de colégio
A intenção da prefa, a partir de hoje, é liberar os abrigos que funcionam em escolas, pros alunos voltarem pras salas de aula. Pra isso, pretende remanejar quem ainda estiver desabrigado para outros locais. A prefa também espera que o sol volte hoje, para a água baixar de vez, as casas secarem e pro povão voltar pros seus lares numa boa.
Abrigos que estão funcionando
1. Paróquia de São Cristóvão (rua Odílio Garcia) 500 pessoas
2. Igreja Nossa Senhora de Lourdes (Fazenda) 170 pessoas
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3. Ginásio Gabriel Collares (rua Alberto Werner) 360 pessoas
4. Igreja São Pedro (Itaipava) - 145 pessoas
5. Igreja São João (São João) - 146 pessoas
6. Capela Nova Brasília (Nova Brasília) - 43 pessoas
7. EB João Duarte (São João) - 130 pessoas
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8. EB Gaspar da Costa Moraes (Fazenda) 120 pessoas
9. Colégio Nereu Ramos (Fazenda) 152 pessoas
10. Colégio Dom Afonso Niehues 159 pessoas
11. Colégio Nilton Kucker (Vila Operária) 135 pessoas
12. Apartamento CEF Portal II 100 pessoas
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13. Rebesquini 79 pessoas
14. SOAC Imaruí 8 pessoas
15. Ginásio Poliesportivo de Cordeiros 80 pessoas
16. Igreja Universal da Estefano Vanolli 57 pessoas .