O empresário Dario Vitali não perdeu tempo. Ontem, comandava uma equipe de limpeza na fábrica da Vitalmar, sua indústria de pescados, que fica na rua David Adão Schmitt, na região da Nova Brasília, bairro Barra do Rio, e que não escapou do transbordamento do rio Itajaí-mirim. A água cobriu o pátio em quase um metro. Agora é tocar pra frente e voltar ao trabalho, disse.
A Vitalmar é uma das maiores da cidade, tem 500 funcionários. Amanhã (hoje) é expediente normal, avisou o empresário. Prejuízos na fábrica, afirmou Dario, somente com o que deixou de ganhar com ...
A Vitalmar é uma das maiores da cidade, tem 500 funcionários. Amanhã (hoje) é expediente normal, avisou o empresário. Prejuízos na fábrica, afirmou Dario, somente com o que deixou de ganhar com os dias parados e os custos de limpeza. Algo perto de R$ 1 milhão, revelou Luiz Ramos, diretor industrial. A produção estocada não foi atingida, já que as câmaras frias e de congelamento estão acima do ponto onde a água chegou. Na enchente de 2008, a Vitalmar teria amargado um preju que passou dos R$ 5 milhões.
As duas outras gigantes do ramo do pescado, como a JS e a GDC, mesmo atingidas pela enchente, também não tiveram grandes prejuízos, informou Giovani Genázio Monteiro, presidente do sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi). Mas o trampo é grande pra que a produção volte, ressaltou o chefão do Sindipi. As águas baixaram, mas é muito sujeira pra tirar, disse.
A GDC, que fica na Murta e é a maior enlatadora da América Latina, também já começou a limpeza e não teria tido perdas nos estoques. Os funcionários que escaparam da enchente estão sendo convocados a voltar ao trabalho.
Todo o setor de captura, disse ainda Giovani, permanece sem funcionamento. Por determinação da Marinha, foi proibida a navegação na boca da barra e, por isso, nem mesmo as embarcações pequenas têm permissão pra entrar ou sair do rio Itajaí-açu. Estamos seguindo a recomendação do comandante da capitania dos Portos, ressaltou o chefão do Sindipi.
Somente hoje é que as empresas pesqueiras vão saber se voltam ou não ao mar. É o caso da JS, localizada na Barra do Rio e que domina o mercado de captura e distribuição de pescados. A água invadiu o pátio e parte dos escritórios da empresa.
Itajaí é considerado o mais importante porto pesqueiro do país. Só na região são cerca de 750 barcos industriais, que empregam diretamente algo perto de quatro mil pescadores. Não há registros de embarcações naufragadas.
Ministro da Pesca mantém visita a Itajaí nesta terça
O ministro Luiz Sérgio, da Pesca, manteve a visita agendada para amanhã em Itajaí. Fui informado pelo Aguinaldo (Aguinaldo de Souza, secretário de Pesca da prefa de Itajaí) que está confirmada a presença do ministro na cidade, disse ao DIARINHO Giovani Monteiro, presidente do Sindipi.
Pela manhã, Luiz Sérgio terá um plá com armadores e industriais da pesca na sede do Sindipi. Ao meio-dia ele dá um pulo na universidade e conversa com pesquisadores. À tarde, depois de se reunir com o secretário de Pesca da prefa peixeira pra tratar das obras do novo mercado público, o abobrão da Dilma vai conhecer três das maiores empresas do país no setor: a GDC, especializada em enlatados, a Vitalmar, que trampa na manipulação de pescados, e a JS, que faz a captura e a distribuição para as fábricas.