Não faltou trampo pra polícia Militar durante a enchente que assolou Itajaí. Pelo balanço do comando do batalhão peixeiro, foram ao todo 277 ocorrências atendidas pelos fardados entre as 7h da matina de quinta-feira, quando as águas chegaram pelaqui, até as 7h da matina de domingo. No saldo da operação policial, constam ainda cinco prisões e uma dispersão de brigaceira num bate-coxas na base da bala de borracha. Diferente do que rolou em 2008, nesta enchente não rolaram saques a supermercados e mercearias, comemora o tenente-coronel Atair Derner Filho, comandante do batalhão da PM.
A PM encerra oficialmente hoje a ação especial de segurança montada para a enchente. Desde quinta-feira, aproximadamente 100 policiais patrulharam Itajaí todo santo dia. Entre militares de Itajaí ...
A PM encerra oficialmente hoje a ação especial de segurança montada para a enchente. Desde quinta-feira, aproximadamente 100 policiais patrulharam Itajaí todo santo dia. Entre militares de Itajaí, Balneário Camboriú e Navegantes, estavam fardados da PM do policialmento ambiental de Canoinhas e Laguna e uma tropa da cavalaria de São José.
O número de mais de 90 ocorrências atendidas por dia, observa o tenente-coronel Derner, é inferior ao que é registrado em média nos dias comuns em Itajaí. O batalhão atende, normalmente, entre 100 e 105 ocorrências por dia, disse.
Das 277 ocorrências durante a enchente, 46 foram de moradores que denunciaram possíveis ladrõezinhos em atitudes suspeitas. Rolaram ainda tentativas de furto, furto a residência, furto a carango, busca de pessoa desaparecida, roubo a comércio, resgate de embarcação à deriva, brigas, um afogamento com morte e acidentes de trânsito. Houve cinco tentativas de roubo a estabelecimentos comerciais, todos controlados pela polícia, garantiu o fardado.
Uma das tentativas de furto rolou em um restaurante da rua Tijucas durante a madruga de sábado. Segundo o comandante, o ladrão arrombou o local lá pelas 4h e deu de cara com o chefão do restaurante. O gerente dormia lá para proteger o comércio. Ele acionou o alarme da loja, chamou a polícia e o ladrão fugiu, contou o oficial.
Ação exclusiva pra segurança evitou saques
Mas o melhor dos saldos da segurança pública durante a enchente é não terem rolado saques, diferente do que aconteceu em 2008, quando hordas andavam pela cidade atacando grandes e pequenos mercados. O planejamento e a organização da PM, voltada exclusivamente pra segurança, ajudaram nesse resultado, afirmou o tenente-coronel Derner. A polícia Militar ficou com a sua função, que é a de cuidar da segurança. Em 2008 não tínhamos sequer uma defesa Civil, comparou.
A confiança no taco da PM, disse ainda o oficial, foi o que fez com que descartasse a possibilidade de decretar o toque de recolher, sugerida pelo comandante geral da PM da Santa & Bela, coronel Nazareno Marcineiro. O comandante [Marcineiro] aventou essa possibilidade, mas eu dispensei por causa do controle que tínhamos da situação, sigabou o chefão da PM peixeira.
Durante os três dias de operação, a PM de Itajaí botou pra circular, ainda, cinco patrulhas embarcadas por noite. Outras três viaturas especiais e um aerobarco da polícia Ambiental de Laguna foram usados pra socorrer quem tava ilhado.
Com bala de borracha
Entre as brigas que rolaram na city durante a tragédia, uma aconteceu na boate Terra Brasil, o antigo Kubanacã, nos Cordeiros. Lá, a polícia precisou encarar um grupo de brigões e até apelar pra tiros com balas de borracha. Foi a única situação que nos obrigou a usar armas que não fossem as de coldre, informou o tenente-coronel.
A maioria dos policiais que tavam na operação foram deslocados pros bairros Cordeiros e São Vicente, informou ainda o estrelado. Os supermercados localizados nestas regiões foram priorizados pelo comando da PM. Locais como o Mini Preço, da rua Reinaldo Schmithausen, e o Atacado Maxxi, na Transilvânia, por exemplo, ganharam patrulhamento dos fardados. Fizemos um planejamento estratégico dos pontos onde havia maior possibilidade de saqueamento, explicou o oficial.