Um funcionário do hospital Marieta Konder Bornhausen, que pediu pelamordedeus pra não ser identificado, contou que a administração colou avisos informando que funcionários que faltaram ao trampo durante a enchente terão que repor as horas ainda em setembro. Caso contrário, diz o cara, vão receber o salário com descontos dos dias não trabalhados.
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Falta de respeito para com os atingidos pela enchente, é o que considera o funcionário. O aviso foi colocado pela Irmã Sandra, diretora geral do hospital, revela o empregado. O cartaz entregue ...
Falta de respeito para com os atingidos pela enchente, é o que considera o funcionário. O aviso foi colocado pela Irmã Sandra, diretora geral do hospital, revela o empregado. O cartaz entregue por ele ao DIARINHO tem o seguinte recado: ATENÇÃO! Os funcionários que faltaram durante a enchente poderão pagar as horas no mês de setembro/2001. A reposição das horas deverá ser combinada com a chefia. Caso as horas não sejam repostas haverá desconto. A Direção. O papéli não é timbrado e não consta assinatura.
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Precisa de justificativa
A jornalista Roberta Ramos, assessora do Marieta, garante que a mensagem do cartaz apresentado pelo X9 não é verdadeira. A primeira prova da fraude está na aparência do recado. A nossa comunicação interna conta com a logo, um papel timbrado e assinatura, revela.
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Na comunicação interna publicada na manhã de ontem (terça-feira), diz a Roberta, a instituição informa que os faltantes por conta da enchente, entre os dias 8 e 13, deverão apresentar comprovante de residência pra mostrar que moram nas áreas atingidas. As mães com filhos pequenos também têm mais uma alternativa: como as escolas não funcionaram, basta que apresentem uma declaração dos colégios. As faltas dos funcionários que apresentarem a justificativa serão abonadas. Não vamos descontar nada, garante.
De acordo com o advogado Fabio Fabeni, não há nada na lei nem na convenção coletiva dos funcionários da saúde que obrigue o abono das faltas por conta da enchente. Analisando friamente o caso, o hospital tá certo. Mas levando em conta o lado humanitário, eles poderiam não descontar, opina o doutor.