O exame Nacional do Ensino Mé­dio (Enem) 2010 não trouxe boas notícias pras escolas da rede pública de ensino de Navegantes e Penha. De acordo com o resultado divul­gado pelo ministério da Educação (MEC) no início da semana, a média das unidades ficou abaixo da catari­nense. Algumas unidades chegaram a apresentar nota pior que a média nacional e ainda houve baixa ade­são dos estudantes. Um dos motivos apontados pro baixo rendimento se­ria a falta de prestígio que o Enem vem acumulando nos últimos anos, quando houve várias irregularidades na provona. Nos colégios particula­res, o resultado foi melhor nos dois municípios. Pra fechar, em Balneário Piçarras, nenhuma das quatro esco­las estaduais participou da avaliação do ensino médio.

Alguns diretores defendem que o histórico pouco confiável do Enem fez com que os alunos deixassem a prova de lado. Em 2007 e 2008, dados de estudantes vazaram; em 2009, foi a vez do gabarito da prova cair na boca do povo, obrigando o MEC a realizar um novo teste; e no ano passado, mais um erro, dessa vez na impressão de algumas pro­vas, fazendo com que rolasse nova provinha pra alunada. “A nossa nota não foi ruim, tivemos uma média de 557 pontos, mas o comparecimento foi baixo, de apenas 22%. Tentamos orientar os alunos a fazer todas as avaliações, como olimpíadas esco­lares e as provas como a do Enem, mas é difícil eles manterem o inte­resse se há muitos problemas. Não podemos obrigá-los a fazer isso, tem que ser natural”, conta Maria da Graça Duarte, diretora da escola es­tadual Manoel Henrique Assis, que fica no centro da Penha.

Os alunos dengo-dengos da es­cola estadual Adelaide Konder, que somaram apenas 526,13 pontos, também tiveram uma participação mixuruca, de 39%. A justificativa foi que a data pra refazerem a provona, após o erro do MEC na impressão dos testes, coincidiu com uma via­gem dos alunos do 3º ano. “A prova teria que ser realizada em dezembro, no período que eles estariam viajan­do, então acabaram não refazendo o teste. Além disso, os erros seguidos do MEC acabaram desmotivando os alunos. Tanto é que tivemos 92 alu­nos inscritos, mas apenas 35 fizeram a prova. Mas este ano procuramos trabalhar mais nesse sentido e espe­ramos que mais alunos compareçam no exame, e também que não acon­teça mais nenhum erro na prova”, afirma a chefona da escola de Nave­ga, Eluana Schmitz Pivato.

Sinergia foi o melhor

Nas escolas particulares de Na­vegantes essa desmotivação com o Enem não chegou. Com 69% de participação, o Colégio Sinergia, que teve a melhor nota entre as es­colas das duas citys, vem investin­do nos professores pra melhorar o rendimento dos alunos. “Tivemos a 4ª melhor média da região de Itajaí e isso é um orgulho. Nosso foco para ter um bom rendimento é investir nos professores. Todos os nossos professores possuem pós-graduação, e além disso pro­curamos adequar nosso sistema de avaliações nos moldes do Enem. Desde o 6º ano do ensino funda­mental, nossos alunos fazem pro­vas interpretativas similares ao que o MEC cobra no Enem”, revela a di­retora Elenir Cazigliar.

Sem notas em Piçarras

As quatro escolas de en­sino médio de Balneário Piçarras ficaram deven­do uma nota. Nenhuma apresentou média na ava­liação do Enem 2010 e o povão vai continuar sem saber qual a real situa­ção do ensino na city. Pra discutir problemas como este, a coordenadora de Educação da Regional de Itajaí (Gered), Clenira Schmitz Pivato, informou ontem que uma reunião com todos os diretores dos municípios da região foi marcada pra segunda-feira.

O Enem avalia o de­sempenho do estudante ao final do ensino médio. A prova é composta por 180 questões de múltipla escolha e uma redação. O resultado também é usa­do como critério de sele­ção pras bolsas do ProUni (programa Universidade para Todos) e pelo Sisu (sistema de Seleção Uni­ficada), que substituiu o vestibular em diversas universidades públicas.