Antes mesmo de pensar no pre­ju dos móveis e eletrodomésticos, quando a água baixou em Itajaí, milhares de famílias não tinham nem o que comer. Nessa hora só resta contar com a solidariedade dos que ficaram sequinhos. E até mesmo pra ajudar rola treta. O vereador Douglas Cristino da Sil­va (DEM) chegou a faltar na ses­são de terça-feira porque ainda tava na função, entregando ces­tas básicas pros atingidos. Mas parece que a atitude dele gerou ciúmes. Tinha mais parlamentar com vontade de sair entregando sacolão.

Laudelino Lamin (PMDB) disse que, no calor do momento, soube que tinha pessoas da base gover­nista que iam sair distribuindo cestas básicas. Numa reunião na prefa, o vereador conta que deu um ultimato. “Eu falei numa boa que se for pra partir pra parte política, cada um entregaria um pouco. Ou então ninguém en­tregaria nada”, recorda o edil. No fim, ele disse que ficou feliz com o fato da prefa decidir que a defesa Civil que ficaria com a responsa de sair fazendo as doa­ções. “Fazer política com sacolão é baixo nível”, lasca Lamin.

Alma caridosa

Douglas garante que nem se lembrou das urnas e que só tava jogando tijolinhos pro céu. “Em nenhum momento levei por lado político, mas sim pro lado huma­no”, comenta o parlamentar que é líder da bancada governista no legislativo peixeiro. Ao todo, ele entregou mil cestas básicas pe­las comunidades atingidas pela enchente da semana passada e também dois mil galões de água de cinco litros.

As doações entregues por Douglas e pelo grupinho de vo­luntários que ele reuniu foram, segundo o vereador, todas com­pradas com dindim enviado pelo abobrão estadual de Desenvolvi­mento Econômico Sustentável, Paulinho Bornhausen (DEM), que teria tirado grana do próprio bolso pra bancar as cestas bási­cas. “Pra não pensarem que eu tava fazendo política, trabalhei o máximo possível no anonimato. Até pré-candidatos a vereador de outros partidos foram atendidos. Em nenhum momento eu visei política”, jura Douglas, de pés juntos.