A dona de casa e mãe de dois filhos A.C., 30 anos, cresceu no bairro Paciência, em Itajaí, e acompanhou de perto as etapas da construção da ponte na rua Augusto Dallago. Ela tem visto também que, desde 2008, a passagem tá sofrendo com a falta de manutenção, levando perigo pra quem passa por lá.
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A plataforma, que é o principal acesso aos bairros vizinhos, escolas, mercados e igrejas, cedeu. Pela ponte também passam ônibus da Coletivo e da Apae, que tem sede recreativa na região. Por conta ...
A plataforma, que é o principal acesso aos bairros vizinhos, escolas, mercados e igrejas, cedeu. Pela ponte também passam ônibus da Coletivo e da Apae, que tem sede recreativa na região. Por conta disso, os moradores temem que a estrutura venha abaixo e aconteça uma desgraceira.
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Com vista privilegiada pro córrego que passa debaixo da ponte, o cintilar do sol na água é visto da janela da casa de dona A. logo cedo. O canto dos pássaros ressoa livremente e por lá se encontra bois, cavalos e até ovelhas. O sossego da Paciência foi aniquilado com as crateras que surgiram na ponte, decorrentes das constantes enxurradas. Quando um carro passava pelos buracos, perdia a direção e parecia que ele ia invadir a minha casa, lembra a muié.
O trânsito não é intenso, mas a moradora relata que pelo menos três ônibus passam por ali diariamente, além de caminhões carregados de pedra. Pra gente levar as crianças pra escola, ir ao mercado ou qualquer coisa, tem que passar pela ponte. Ela dá acesso pra vários lugares, conta. Com um pé de amora e outro de goiaba rente à ponte, a criançada corre o risco de cair no riacho na tentativa de pegar as frutinhas. Eu me preocupo com os filhos dos outros também, porque muitos passam de bicicleta e vão pra escola sozinhos; é perigoso, conta a dona A.
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Cansada de ouvir as reclamações dos vizinhos, ela resolveu agir. Ligou na tarde de terça-feira pra secretaria de Obras implorando por uma solução. Eu tô vendo isso todos os dias, não guentava mais. Tive que tomar uma atitude, lasca. Ontem pela manhã os peões da prefa já estavam com a mão na massa asfaltando a ponte. No entanto, a muié conta que isso não resolveu o perrengue. Não é porque é na zona rural que a gente não tem direito às coisas bem feitas. Pagamos imposto, detona.
Outra moradora, a costureira Rosana da Silva, 27, arrisca dizer que a ponte ficou pior do que antes. Jogaram asfalto e com isso tamparam quase toda a lateral da ponte. A situação tá crítica, revela. As moradoras ainda pedem que um engenheiro da prefa vá até o local e faça um laudo constatando se a ponte corre o risco de cair ou não, pra que possam, então, dormir despreocupados, como nos velhos tempos.
Não tem perigo, garante abobrão
A parte onde termina a ponte e começa a rua Augusto Dallago cedeu. No entanto, o secretário de Obras de Itajaí, Tarcízio Zanelato, garante que isso não afetou a estrutura da passagem. As cabeceiras da ponte baixaram, por isso fizemos uma correção com asfalto, revela.
Se o perrengue voltar a acontecer, é possível que uma nova ponte, pré-moldada, seja construída. Sobre as barreiras de segurança, o abobrão diz que é comum a ausência delas no interior e afirma que não recebeu nenhuma reclamação sobre o assunto e que até o momento não foi registrado nenhum acidente no local.