Itajaí

Com o coração na mão, vizinhos pedem ajuda pra velhinha

Casinha já passou por três enchentes e dona Antônia tá sem esperanças em conseguir uma casa decente pra viver segura

A casa tem as paredes de madeira inclinadas. O portão é capenga. Mas o jardim que leva à porta de entrada tá impecável. As florzinhas dão graça à casa de madeira da dona Antônia Matos Bispa dos Santos, 83 anos, que têm nas tábuas da baia, já comprometidas pelo cupim, as marcas de três enchentes. Na cozinha, pia limpa. O quarto arrumado e o varal forrado de roupas. Com tanta boa vontade e zelo, até esquecemos o fato de dona Antônia não ter família e que a casa dela está prestes a desmoronar. Depois das cheias de setembro, a equipe da secretaria de Obras derrubou o fio de luz da casa da senhora durante a limpeza das ruas.

A veinha chegou a chorar pensando que a casa seria consumida pelo fogo. Além disso, dona Antônia ainda sonha com o dia em que a defesa civil peixeira baterá em sua porta, na rua João Emiliano da ...

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A veinha chegou a chorar pensando que a casa seria consumida pelo fogo. Além disso, dona Antônia ainda sonha com o dia em que a defesa civil peixeira baterá em sua porta, na rua João Emiliano da Silva, no Brejo, pra cumprir a promessa feita anos atrás: consertar a casa. Sensibilizados com a história, vizinhos procuraram o DIARINHO pra dar uma força pra muié.

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Fernanda da Silva, 34, auxiliar de serviços gerais, é vizinha da idosa e o marido, Alexsandro da Silva, 33, trampa na empreiteira contratada pra fazer a limpeza das ruas no pós-enchente. Numa das ações, os peões passaram pela rua da dona Antônia e acabaram derrubando o fio de energia elétrica da casinha. “Na hora, ela chamou o pessoal da empreiteira e pediu pra eles darem uma olhadinha na casa, com medo de pegar fogo. Meu marido entrou e ficou comovido. A casa tá em péssimo estado. E se pega fogo com essa velhinha dentro?”, preocupa-se Fernanda.

O secretário de Obras garante que não soube do perrengue. “Não tenho informação disso. Se pegou o fio, não saiu informação nenhuma e nem o subprefeito ficou sabendo. Ela deveria ter nos procurado”, afirma o abobrão Tarcízio Zanelato.

À espera de um milagre

Em 2008, quando a tragédia foi maior, dona Antônia diz que recebeu a visita duma equipe da defesa civil. Prometeram mundo e fundos, mas as palavras se perderam no tempo. “Eu sou um João Ninguém. Tenho só Deus pra cuidar de mim”, lamenta, contando que perdeu os filhos ainda na juventude e o marido, que morreu no quinto ano de casamento.

Com o assoalho rachado, a senhora, que vive com um salário mínimo, até tentou construir uma casa de alvenaria. Um desentendimento com os pedreiros fez a obra parar. “Agora, eu não tenho mais forças pra continuar a obra. Tô gastando muito com remédios”, lamenta a muié, que diz ter úlcera nervosa, labirintite, problemas cardíacos e reumatismo.

Ela não quer dinheiro. O sonho é ter a casa concluída. “Eu quero alguém pra colocar a mão na massa e terminar isso pra mim”, revela. As paredes já estão levantadas e o telhado no lugar. Agora faltam as portas, janelas e acabamentos. Este é o sonho da solitária Antônia, que não se entregou às adversidades da vida.

Abobrão garante que vai rolar casa pra veinha

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O coordenador da defesa Civil de Itajaí, Everlei Pereira, garante que a casa da dona Antônia vai sair. Uma parceria com o projeto municipal João de Barro pretende terminar a casinha da senhora. No entanto, três casas estão na frente na fila de espera.

“Em função dessa inundação, tivemos que deslocar as frentes pra outras localidades no Limoeiro. Infelizmente, temos uma limitação para fazer todas casas simultaneamente”, conta Everlei.

Contudo, o abobrão ressalta que a espera está no fim e a veinha vai conseguir morar na casa nova. Ele só preferiu não definir ainda a data.

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