O DIARINHO escolheu aleatoriamente quatro postos de bandeiras distintas e localizados em regiões diferentes da cidade. A intenção foi fazer uma comparação de quanto a gasosa estava sendo vendida ontem com os preços praticados há duas semanas, conforme levantamento feito pelos fiscais da agência Nacional do Petróleo (ANP) no dia 19 de setembro. Em todos eles, o preço da gasosa havia aumentado.
No posto Dagnoni, da Shell, que fica na Vila Operária, ontem a gasosa comum tava sendo vendida a R$ 2,75. Há duas semanas, o consumidor pagava por lá R$ 2,599. Uma diferença de 19 centavos, a maior de todas. A segunda maior diferença na elevação de preços foi, por ironia, num posto de bandeira da Petrobras, a estatal do petróleo brazuca. No posto São João, que fica no bairro do mesmo nome, ontem a gasosa tava a R$ 2,769, uma diferença de 17 centavos se comparar com duas semanas atrás, quando o preço estava em R$ 2,599.
O Fazendão, no bairro Fazenda e que é um dos mais movimentados da cidade, também mexeu no preço nas duas últimas semanas. Passou de R$ 2,669 pra R$ 2,78. A diferença é de 11 centavos, mas o preço é o maior entre os quatro postos averiguados pelo DIARINHO.
A menor diferença entre todos e o preço mais barato tava na Itaipava. O posto Raimondi, ontem, vendia o suco de petróleo a R$ 2,65. Aumentou apenas dois centavinhos desde a fuçada do pessoal da ANP, em 19 de setembro, quando praticava R$ 2,629 como preço na bomba.
Preço não vai cair com as medidas, diz chefão do Sincombustíveis
Pela análise do empresário Roque Colpani, presidente do sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Litoral Catarinense e Região (Sincombustíveis), a esperança do consumidor de ver o preço murchar por conta das medidas do governo é em vão. Não vai cair preço. Até deu uma aumentada. Mas vai segurar um pouquinho a elevação, afirmou Roque ao DIARINHO.
A redução de álcool na composição da gasosa, disse o chefão do Sincobustível, é tão pouca que vai servir apenas pra frear a escalada dos preços, já que o etanol continua aumentando e o Brasil anda importando o produto pra compensar a quebra na safra. A gasosa também tá sendo importada pela Petrobras, o que encarece o suco de petróleo vendido por aqui, observa ainda Roque.
A diminuição de minguados quatro centavinhos na Cide, que é paga pelos donos de postos, também não teria sido suficiente para tirar os comerciantes da pindaíba, alega o presidente do sindicato. Na composição do preço final da gasosa, os postos abocanham algo entre 10 e 12% do preço final. Isso, argumentou Roque, é muito pouco e mal atinge o ponto de equilíbrio do negócio, que é quando a empresa consegue pagar seus custos mas não tem lucro. O certo seria aí nos 16%, reclamou.
Em outras palavras, significa dizer que os donos de postos não têm a intenção de repassar para o preço final da gasosa a redução da Cide.
Tá com fé
Todo ano, nessa época, é esse absurdo. A gasolina chega perto dos R$ 3, sincabreirava ontem Júlio César Pianesso, chefe de pista do posto Milleniun, do bairro São Judas. É que sobra pra peãozada que trampa nos postos ouvir a justa reclamaçãoo dos consumidores.
Júlio tá com fé que as medidas do governo façam o preço da gasosa cair. No Millenium, diz, chega no começo desta semana uma nova remessa de combustíveis e somente então vai dar pra saber se as distribuidoras vão mesmo mandar gasosa mais barata.