A troca de partido ainda deve dar muita dor de cabeça pra Maurílio Moraes (PDT). Ontem o vereador do Itajaí decidiu pular pro PSD. Ele enviou o pedido de desfiliação da tchurma dos brizolistas através do presidente da nova sigla, Douglas Cristino da Silva (PSD). Mas o papéli ficou em branco e ainda por cima acendeu a fúria do líder do partido na city peixeira, Marcelo Sodré (PDT). Pela manhã, ele não assinou a saída do parlamentar. Mas à tarde, voltou atrás e deu o canetaço. Mesmo assim, Marcelo garante que vai apelar pra dona justa pra que a cadeira de Maurílio na câmara fique com o partido.

Na semana passada, o vereador do PDT revelou que tava pensando na possibilidade de ir pro PSD. Ontem a informação foi confirmada. “Eu tava me sentindo meio de lado no partido, quase desinformado das situações. Eu falava que queria participar das decisões, mas só me chamavam quando as coisas já estavam basicamente decididas”, justifica Maurílio. Ele assegurou que a aliança da legenda com a base governista não foi a gota d’água e que o desgaste foi aos poucos.

“Há uns quatro meses, Douglas conversou com todos nós vereadores sobre o PSD e eu assinei uma ficha de adesão, mas sem compromisso. Quando oficializou o partido, foi a hora que eu tava esperando. Até então eu tentava minimizar as coisas com o PDT, achando que ia melhorar”, conta Maurílio. Ele garante que, apesar do descontentamento, em nenhum momento brigou com alguém da sigla. Mesmo assim, o edil não conversou cara a cara com o presidente Marcelo Sodré depois da decisão.

Ficou queimado!

Marcelo ficou “p” da vida com a decisão de Maurílio. “Não assinei. Disse ao emissário que ele deveria entregar o pedido de desfiliação pessoalmente. É o que se espera de um vereador que o partido defendeu por mais de 10 anos”, detona o líder dos brizolistas. Ele conta que foi pego de surpresa com a notícia e diz que essa decisão aos 45 minutos do segundo tempo gerou um preju pra sigla. “Essa posição de entregar o pedido em cima da hora eu vejo como uma sacanagem com o partido. Poderíamos ter buscado preencher esse desfalque na nominata”, analisa.

O presidente do PDT diz que, se for preciso, vai apelar pra dona justa pra que Maurílio não fique com a cadeira na casa do povo peixeira. “Por uma questão moral, ele deveria deixar o mandato pro partido. Há interpretações sobre a questão de trocar por um partido novo, mas, na minha visão, ele não estava envolvido na fundação”, explica Marcelo. Sodré acredita que, apesar da votação expressiva que Maurílio fez na última eleição, ele só chegou lá por causa dos votos de toda a coligação e do apoio do PDT peixeiro.