Paulo Roberto Jamelli Júnior, 37 anos, ex-boleiro de Santos e da seleção brazuca, será o treinador do Marinheiro no campeonato Catarinense de 2012. O anúncio oficial foi feito na noite de ontem, no Gigantão das Avenidas, pelo presidente Abelardo Lunardelli, acompanhado do diretor de futebol, Wagner Lúcio de Souza, e do vice-presidente do clube, Nildo Cassaniga. Jamelli será apresentado oficialmente na quinta-feira, às 11h, no auditório da secretaria de comunicação da prefa peixeira.

O discurso do presidente Abelardo no anúncio do novo treinador começou com o cartola fazendo questão de afirmar que toda a diretoria participou das negociações, que foram finalizadas no início da tarde de ontem. “Fizemos questão de contratar com antecedência porque temos a experiência de dois torneios onde encontramos dificuldades de captar jogadores”, explicou. A expectativa da diretoria é que o elenco esteja pronto até o final de novembro pra fugir da concorrência pré-estadual. “Os jogadores são leiloados perto dos campeonatos, o que é muito estressante e aumenta os valores dos atletas”, completou Lunardelli.

Namoro antigo

Durante o blablablá com a imprensa, Abelardo Lunardelli confessou que as primeiras conversas com Jamelli começaram ainda no estadual deste ano, quando o futuro treinador do Cílio fazia o meio-campo da diretoria marcilista com o Santos, onde foi gerente de futebol. “Durante o Catarinense, o Jamelli já tinha falado pra mim e pro Wagner que tinha o sonho de ser treinador”, contou o presidente. Jamelli esteve três vezes na city peixeira quando conversou com a diretoria marcilista e conheceu a estrutura do clube.

A falta de experiência de Jamelli, que nunca foi treinador, não preocupa o presidente. “Toda contratação de treinador tem um risco. Temos exemplos de superintendentes e gerentes que viraram treinadores e deram certo, como o Levir Culpi”, comparou. “A falta de experiência pode ser compensada com a vontade de não errar e começar bem uma nova carreira”. Abelardo também acredita que Jamelli pode ajudar a trazer boleiros de grandes times paulistas, principalmente o Santos, além de ajudar com sua imagem e contatos e fechar contratos de patrocínios com grandes empresas.

No papel, tudo certo

A diretoria do Cílio já tem no papel o provável orçamento pro ano que vem e o cronograma até o início do estadual. “Temos a perspectiva de chegar a dois milhões de reais para o ano que vem”, discursou o presidente, acreditando que cerca de 70% desse valor sejam gastos no primeiro semestre por causa do estadual. Esse ano, o Cílio arrecadou R$ 1,2 milhões.

Os boleiros serão apresentados oficialmente no dia 28 de novembro. Entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro, a galera passa por avaliação médica. A pré-temporada tá marcada pra rolar entre os dias 12 e 23 de dezembro. “Se tivermos dinheiro, ela pode acontecer em outra cidade”, disse Lunardelli.

No dia 23 a galera ganha uma folguinha pro Natal e volta no dia 26, trampando até o início do estadual, o que deve rolar no dia 15 de janeiro. “Agora, com a chegada do Jamelli, o cronograma deve passar por mudanças”, avisou o presidente.

De longe

Quando a coletiva já se encaminhava pros finalmentes, o futuro comandante do Cílio ligou pro diretor de futebol, o celular foi repassado pro presidente Abelardo que conversou com Jamelli e o colocou no viva-voz pro novo comandante dar um oi pra galera da imprensa. “Vamos nos encontrar na quinta-feira. Eu tô muito contente. É um projeto que tem tudo pra dar certo”, falou o futuro treinador.

O currículo

Jamelli começou a carreira nas categorias de base do São Paulo. Virou profi nos bambis em 1993. Depois de rápida passagem pelo Santa Cruz foi pro Santos, onde foi um dos destaques da equipe vice-campeã brasileira. Passou uma temporada no Kashiwa Reysol do Japão antes de simandar pro Zaragosa, da Espanha, onde jogou entre 1998 e 2003. Passou também por Corinthians, Shimizu S-Pulse (Japão), Almería (Espanha) e Galo antes de encerrar a carreira no Grêmio Barueri em 2007. Pela seleção brazuca, Jamelli jogou 12 jogos e marcou três gols.

Ao encerrar a carreira como boleiro, Jamelli virou gerente de futebol no próprio Barueri. No ano seguinte exerceu o mesmo cargo no Coritiba, onde ficou um ano. Em 2009 assumiu a gerência de futebol no Santos e ficou até dezembro de 2010 no cargo.