Pela segunda vez em menos de um mês, os conferentes do porto de Itajaí sirrevoltaram com a empresa APM Terminals e cruzaram os braços. Desta vez, o motivo foi a contratação de estivadores pra trampar de conferentes, através de um concurso público. O porto ficou sem descarregar ou carregar contêineres nos navios durante a madruga de ontem, mais precisamente da 1h às 7h. Uma reunião entre representantes da AMP, do órgão Gestor de Mão-de-Obra do Porto de Itajaí (Ogmo) e dos conferentes, mediada pela direção do terminal pei-xeiro, foi realizada ontem à tarde e acalmou um pouco a situação. No final do mês passado, os conferentes já tinham parado por mais de quatro horas por causa de broncas com a APM, que administra berços de atracação em Itajaí.

O superintendente do porto pei-xeiro, Antônio Ayres dos Santos Júnior, que coordenou a reunião, informou que as negociações melhoraram após o plá de ontem à tarde, mas que ainda faltam alguns ajustes ...

O superintendente do porto pei-xeiro, Antônio Ayres dos Santos Júnior, que coordenou a reunião, informou que as negociações melhoraram após o plá de ontem à tarde, mas que ainda faltam alguns ajustes pra encerrar todas as pendengas. “Os motivos das duas paralisações são diferentes, mas interferem da mesma forma no funcionamento do porto, então espero que as discussões continuem caminhando para que não haja outra paralisação”, conta o bagrão.

Estivadores demitidos

Segundo o conferente Rodrigo Alessandro Ferreira, os 19 estivadores que estavam trampando como conferentes, chamados pelo concurso 07/2011, do Ogmo, foram demitidos após a reunião. Um novo conversê entre os 54 conferentes da city deve rolar hoje de manhã, na sede do sindicato da categoria, pra resolver o que vão fazer. “Foram chamadas 24 pessoas no concurso, mas apenas cinco eram conferentes sindicalizados, e o resto era estivador. Eles fizeram isso como retaliação porque não aceitamos reduzir o nosso salário em 30%. Mas eles recuaram e demitiram os 19 estivadores, e agora vamos ver na reunião de quarta-feira [hoje] o que podemos fazer”, diz Rodrigo, que não descartou outras paralisações.

A reportagem tentou entrar em contato com a APM Terminals e com o Ogmo, mas ninguém foi encontrado pra falar sobre todo o perrengue.