Depois de tentativas de fuga, greve de fome e panelaços, o presídio regional do Balneário Camboriú volta a virar notícia. Dessa vez, o auê vem de fora do polêmico cadeião e tá sendo promovido pelo pessoal do conselho da Comunidade, do Ministério Público Estadual (MPE) e da subsecção da Maravilha do Atlântico da ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Representantes das duas entidades e do MPE tão organizando pro mês que vem uma audiência pública pra debater a situação do xadrez. O local, que tá superlotado e caindo aos pedaços, é considerado uma panela de pressão em pleno centro da cidade e que pode explodir a qualquer momento.
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O blablablá tá marcado pra rolar em 16 de novembro, na sede da OAB. O plano é reunir otoridades da segurança pública, apresentar a situação e bolar estratégias pra encontrar um fim pro suplício. ...
O blablablá tá marcado pra rolar em 16 de novembro, na sede da OAB. O plano é reunir otoridades da segurança pública, apresentar a situação e bolar estratégias pra encontrar um fim pro suplício. A advogada Graziela Eskelsen, integrante da comissão do presídio da OAB, tá com fé numa solução a partir do momento em que se botar o dedo na ferida. Se acontece uma rebelião ali, em dois minutos eles chegam na avenida Brasil, alerta, já que a cadeia fica na rua Inglaterra, área central da city.
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Lugar tá completamente detonado
Até ontem, se apertavam no presídio regional do Balneário quase 300 pessoas. O local deveria abrigar, no máximo, 104 enjaulados. Além da superlotação, o prédio não recebe nenhuma reforma desde que foi inaugurado, há 40 anos. Boa parte das paredes estão rachadas ou com infiltração. Os detidos se esmagam num ambiente sujo e úmido, propício à proliferação de doenças, diz Eliusa Weydman, a professora Mirna, presidente do conselho da Comunidade. É um lugar inadequado, insalubre, lasca.
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O DIARINHO tentou, durante três dias, contato com o novo chefão do departamento de Administração Prisional (Deap) da Santa & Bela, Leandro Antonio Soares Lima. Viagem, reunião e por estar ocupado com alguma outra atividade foram as alegações repassadas ao DIARINHO pra que Leandro não atendesse a reportagem.
O que os presos aprontaram nos últimos sete dias
28 de setembro - cerca de 150 presos entraram numa greve de fome supostamente em apoio aos enjaulados de Itapema, Tijucas e Canhanduba. Alegavam que os detentos tavam sofrendo maus tratos. As denúncias são desmentidas pelas otoridades.
2 de outubro - Agentes do Deap encontraram um túnel de 80 centímetros que tava sendo cavado no pátio. Na madrugada do mesmo dia, os presos haviam feito um panelaço.
3 de outubro - Um interno escalou até o teto e começou a serrar o ferro da grade. Foi pego pelos agentes antes que conseguisse escapar.