O prefeito da Penha, Evandro Eredes dos Navegantes (PSDB), recebeu ontem a equipe do DIARINHO na sede administrativa da Capital do Marisco pra sisplicar sobre as acusações de superfaturamento em licitações de compras de material escolar e de limpeza em 2010. O mandachuva da city garantiu que tudo foi feito de acordo com a lei e que a prefa lucrou nas compras. No entanto, o povão afirma que não viu um apontador ou lápis sendo entregue pelo município durante todo o ano passado. Vereadores do partido de oposição ao prefeito já denunciaram a administração da Penha pro Ministério Público Federal e pro Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE/SC).
A papelada das licitações de 2010, principal motivo das denúncias contra a prefa, finalmente apareceu e Evandro falou sobre as broncas. Além de negar o superfaturamento, afirmou que a prefeitura ...
A papelada das licitações de 2010, principal motivo das denúncias contra a prefa, finalmente apareceu e Evandro falou sobre as broncas. Além de negar o superfaturamento, afirmou que a prefeitura saiu no lucro em todas as compras. Todas as aquisições que fizemos foi de maneira legal. Fizemos tomada de preços e conseguimos um preço melhor. Seguimos todas as leis que regem uma licitação pública e ainda conseguimos economizar. Por exemplo, na licitação que gastamos R$ 161 mil, a verba aprovada era de R$ 180 mil. Então economizamos R$ 19 mil pra cidade em apenas uma compra, sidefende o bagrão.
A diferença nos preços de alguns produtos, como de vassouras e apontadores, que a prefa chegou a pagar um valor bem maior do que está no balcão da loja que venceu a licitação, também foi explicada por Evandro. Tudo depende da qualidade do produto que você quer comprar. O apontador que saiu por R$ 2, mas antes sairia por R$ 2,65, é diferente do apontador que custou R$ 0,25. Basta olhar as especificações do edital. O mesmo acontece com a vassoura, que era de cinco fios, um modelo mais caro que de três fios, conta o bagrão, que ainda respondeu sobre o valor pago este ano por apontadores R$ 0,08 por unidade ter sido bem menor do que em 2010. É uma questão de gestão. Ano passado nós compramos um material melhor e este ano não. Além disso, compramos tudo com kits, o que barateou o processo, argumenta.
Sobre a desculpa de não disponibilizar os documentos das licitações pros vereadores de oposição Aquiles José Schneider, Sérgio de Mello e Benjamim Duarte, o prefeito afirmou que todos os dados sempre estiveram disponíveis pra toda cidade. Ele acusa os edis de querer criar um fato político por causa da proximidade do ano eleitoral. Os dados estão aqui e todos podem ver. Os vereadores são da oposição e só querem tumultuar a minha gestão, que entrega material escolar todo ano, desde 2009, quando eu virei prefeito. Só não podemos tirar cópias de tudo, pois seria um gasto muito grande, sidefende o prefeito.
De acordo com os três vereadores da Penha, uma denúncia foi entregue ao TCE em novembro de 2010, e outra ao MPF na semana passada, sobre a falta de transparência e apontando suspeitas com relação à empresa que venceu a maioria das licitações da Capital do Marisco no ano passado, a Anjo Dourado Presentes razão social Zanotti Presentes. Este ano, a empresa que venceu a licitação de material escolar, e que cobrou um preço bem menor, foi a Dial Departamentos.
Pela denúncia dos edis, um apontador, que custou R$ 2 pra prefeitura de Penha, podia ser comprado por R$ 0,25 quando adquirido no balcão da loja Anjo Dourado. Foram adquiridas 10.876 unidades, mesmo com a cidade só possuindo cerca de três mil alunos, e a prefa torrou R$ 21.752 em apontadores, quando poderia gastar apenas R$ 2719. Já com relação às vassouras, os vereadores dizem que uma vassoura de milho ou palha, que a prefa pagou R$ 13,40 por unidade, custava R$ 7,99 na Anjo Dourado, que neste sábado vai inaugurar uma baita loja na Penha. A administração comprou 150 vassouras, dando um total de R$ 2010.
Pais e professores desapontados
Quem também discorda do prefeito é a ex-presidente da associação de Pais e Professores (APP), Marli Oliveira. Ela jurou que nenhuma escola da city recebeu material escolar em 2010, apenas em 2009 e em 2011. A mulher contou ainda que o apontador chiquetoso nunca apareceu no material escolar da gurizada. O material que as crianças receberam foi em 2009 e 2011, e era bem simples. O apontador era o mais simples possível. No ano passado, eu era presidente da APP e tinha um sobrinho e uma filha estudando na escola Rubens João de Souza, no centro da cidade, que não receberam nenhum material. Vários professores confirmam isso, mas não podem aparecer com medo de sofrer alguma perseguição política, denuncia Marli, contando ainda que a associação teve que bancar material pros alunos no ano passado. Nós compramos lápis, borracha, apontador e outras coisas pra vários alunos, com o dinheiro da APP, destaca.