Depois que os vereadores da Penha rejeitaram, por um placar de cinco a três, a abertura da “CPI do Apontador”, o presidente da câmara, Cleiby Darossi (DEM), resolveu representar os demais membros da bancada de situação e justificar o motivo que levou os edis da base do governo a darem de ombros pras acusações de superfaturamento e omissão de papélis solicitados pelos parlamentares da oposição pela prefa. Em entrevista coletiva ontem à tarde, o chefão do legislativo foi mais categórico que convincente. “Eles queriam criar um fato político e trazer isso pra dentro da câmara”, dispara.

O “eles” a que Cleiby se refere são os três membros da bancada de oposição: Aquiles Schneider da Costa, Sérgio Mello e Benjamin da Silva Neto – todos do PMDB. Depois de denunciar pro Ministério Público Estadual (MPE) e pro Tribunal de Contas da Santa & Bela, o trio pediu que a casa do povo da city abrisse uma CPI pra investigar a aquisição de materiais escolares que, segundo eles, foram comprados por um valor muito maior do que o pago por quem pega os produtos nas prateleiras da mesma loja. Os peemedebistas foram votos vencidos e a “CPI do Apontador” morreu antes mesmo de nascer.

De acordo com Cleiby, os valores pagos pela prefa não foram diferentes do que foi desembolsado pela antiga administração, em 2008, na aquisição dos mesmos produtos. Além disso, o presidente da câmara continuou defendendo o preço do apontador – apesar do rolo envolver outros itens – garantindo que o que foi comprado pela prefa era mais chiquetoso do que aquele material apresentado pelos edis da oposição. Questionado sobre a atitude de impedir que a investigação fosse feita na câmara, através da CPI, ele disse apenas que, como o assunto foi levado pra outros órgãos, não tinha motivo pra câmara dar sequência. “Por que não pediram primeiro a CPI, então?”, indaga, sem esconder o beicinho.

No mesmo pedido de investigação, os vereadores do PMDB cobram a falta de acesso deles aos papélis da prefa e reclamam que as secretarias não teriam respondido requerimentos aprovados na câmara. Cleiby também tem uma explicação pra não ficar do lado dos colegas de trampo. “Na outra administração eu também não recebia as respostas, muitas vezes. Nós somos invioláveis, mas tem de ser de forma organizada”, lasca o líder do legislativo.

Além de tudo, Cleiby não teve uma explicação lógica pra justificar a razão deles terem rejeitado também o pedido do vereador Sérgio Mello, na sessão da última segunda-feira, pra ter acesso às informações dos demais participantes da licitação pra conferir a diferença entre os preços delas e os da empresa vencedora. O presidente da câmara só garantiu que o processo foi todo feito dentro dos conformes.