R$ 200 a mais no salário. É o que estão reivindicando à patrãozada os cerca de seis mil trabalhadores de hotéis, bares e restaurantes de cidades que vão do Balneário Camboriú ao Balneário Piçarras. O valor representa uma bombada de 26,32% no piso mínimo da categoria, que é da merreca de R$ 760.
O que chama a atenção no pedincho dos garçons, cozinheiros, camareiras e recepcionistas é que ele difere das negociações que costumam rolar sempre através de percentuais e com base no índice Nacional ...
O que chama a atenção no pedincho dos garçons, cozinheiros, camareiras e recepcionistas é que ele difere das negociações que costumam rolar sempre através de percentuais e com base no índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado no Brasil todo como referência pros reajustes salariais.
Pedir reajuste com base num valor fixo é uma novidade pelaqui. Temos que inovar e tentar reivindicar uma realidade que não está no INPC, justifica Olga Ferreira, presidenta do sindicato dos Empregados em Hotéis, Bares e Restaurantes (Sechobar). Metade dos trabalhadores da categoria, diz Olga, recebe o piso mínimo.
Na temporada de verão, quando surgem 3,5 mil novas vagas de trampo, essa proporção que ganha a merreca do piso fica ainda maior. Pra Olga, isso tá fazendo com que muitos trabalhadores migrem pra outros setores da economia. Continuamos perdendo gente para a construção civil, alerta a sindicalista. E completa: Os R$ 200 são para tentar não deixar que o salário dos nossos trabalhadores e trabalhadoras desvalorize de um ano para o outro.
Se tomar como base o piso mínimo da categoria, os 200 pilas pedidos representam um reajuste de 26,32% no faz-me-rir dos trabalhadores. Uma proporção muito maior que a reposição das perdas salariais do último ano, medida pelo INPC. Nos últimos 12 meses, o INPC atingiu 7,39%.
Mesmo assim, a chefona do Sechobar teima em dizer que não se trata de aumento salarial e sim apenas a reposição das perdas do valor de compra do salário dos trabalhadores. Só o pão aumentou 20% e o gás, 16% nesse período. A cesta básica em Santa Catarina já custa em média R$ 260, exemplifica Olga.
Negociações empancaram
As negociações entre patrões e empregados estão embaçadas. Olga admite que os patrões tão fazendo biquinho pros 200 pilas e querem dar apenas 7,39%. Mas não aceitamos INPC. O sindicato tem qualificado os trabalhadores através de cursos o ano todo, cuidado da saúde da categoria com médicos em várias especialidades, temos lazer e essas coisas que era pro patrão oferecer, descasca a sindicalista.
Karina Petters, presidente do sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes do Balneário Camboriú, Camboriú e Navegantes (Sindsol), e Álvaro Rocha, advogado da entidade, estavam ontem viajando e não foram encontrados pelo DIARINHO. Uma funcionária do sindicato limitou-se a dizer que somente os dois poderiam falar sobre o assunto e que as negociações ainda rolavam.
Aldo Sandri, chefão do sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Itajaí (Sindihotéis), também está viajando e não atendeu ao celular.