A paciência dos diretores da APM Terminals, empresa que administra berços de atracação no porto peixeiro, parece ter se esgotado. Após a recusa do sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga do Porto de Itajaí, de mais uma proposta apresentada pela empresa, ontem de manhã, a direção da APM informa que já abriu seleção pra contratação de novos conferentes. Os trabalhadores reclamam que a mudança que a firma propõe irá diminuir o dindim que eles recebem, cerca de R$ 8 mil.

A nova proposta continuava prevendo a contratação de apenas 24 dos 54 conferentes atuais. O salário ficaria em R$ 6.386,80, mais benefícios, e a novidade é um incentivo à aposentadoria de R$ 50 mil pros trabalhadores que já podem pendurar a chuteira. No entanto, a bronca dos conferentes continua sendo por causa dos trabalhadores que não terão contrato. “Muitos aspectos da nova proposta já nos agradam, mas não vamos abandonar os 30 trabalhadores que ficarão sem contrato, então a greve continua”, explica Laerte Miranda Filho, presidente do sindicato dos conferentes.

Vão contratar outros

Em nota, a assessoria de imprensa da APM informou que abrirá vagas de conferentes pras demais categorias de trabalhadores portuários, como estivadores e arrumadores, por exemplo. Caso esses peões também não demonstrem interesse para essas vagas, a empresa afirma que as atividades no porto de Itajaí estarão paralisadas por tempo indeterminado. Ainda segundo a nota, a medida traria um prejuízo incalculável pra empresa e pra todo município de Itajaí e região.

Nos 12 dias de paralisação, até aqui, o saldo do prejuízo ultrapassa R$ 5 milhões somente pro terminal peixeiro. Quinze navios deixaram de descarregar mais de nove mil contêineres no Itajaí. A maior parte deles desviou a rota ou atracou no Portonave, em Navega.