Algo muito misterioso tá rolando na Penha. E, novamente, o problema envolve dinheiro público e situações, no mínimo, duvidosas no que se refere à transparência da administração municipal. Três vereadores de oposição da city acusam o prefeito Evandro dos Navegantes (PSDB) de ter efetuado o pagamento de shows regionais de grande porte que não saíram do papel. O caso tá sendo investigado também pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
A treta começou no final de maio, quando os vereadores Aquiles da Costa, Sérgio de Mello e Benjamim Neto todos do PMDB receberam denúncias vindas de dentro da própria prefeitura, que indicavam ...
A treta começou no final de maio, quando os vereadores Aquiles da Costa, Sérgio de Mello e Benjamim Neto todos do PMDB receberam denúncias vindas de dentro da própria prefeitura, que indicavam o pagamento de shows que ninguém sabe e ninguém viu no município. Os edis têm em mãos duas notas fiscais emitidas por uma empresa chamada AM Produções Artísticas, que seria do Rio Grande do Sul, indicando o pagamento de R$ 48 mil pra prestação de serviços dos shows fantasmas.
Pelas notas fiscais a que os vereadores tiveram acesso, seriam realizadas duas apresentações na praia Alegre, nos dias 7 e 8 de maio, e quatro na Armação, em 14, 15, 21 e 22 do mesmo mês, mas nada disso virou realidade.
Segundo o vereador Sérgio, após as denúncias iniciais, veio o fato mais estranho de todos. Houve o estorno desse valor no mês seguinte e a grande questão é: por que pagaram por um show que não aconteceu e depois da denúncia fizeram o estorno do dinheiro?, questiona. O edil não se conforma de saber que os 48 mil mangos ficaram um mês passeando não se sabe onde e, depois, a grana, do nada, apareceu nas contas da prefa. Alguém de dentro da prefeitura iria desviar esse dinheiro dos cofres públicos. Além disso, é estranho o prefeito nunca deixar termos acesso aos documentos de interesse público, essas coisas só ele pode ver, acusa.
O edil Aquiles também tá com a pulga atrás da orelha por outro motivo, pois, de acordo com ele, apesar do prefeito ter dito pra eles que não houve o show, os documentos contrariam o que Evandro afirma. Além de, no início, todos acharem que o show tinha acontecido, outro fator que contraria as palavras do prefeito é um relatório emitido pela secretaria de Turismo, informando o acontecimento dos shows regionais realizados no mês de maio em Penha. Na época, não tinha secretário nomeado na pasta de Turismo e o prefeito acumulava o cargo, lembra Aquiles.
O conselheiro relator do TCE, Adircélio de Moraes Ferreira Junior, determinou que sejam feitas diligências, inspeções e auditorias dentro da secretaria da Fazenda, procurando a correta identificação dos responsáveis pelas condutas irregulares.
O DIARINHO tentou, sem sucesso, conversar com o prefeito Evandro, com o secretário da Fazenda Zequeu Rogério Francez e com o procurador da prefa Wagner Figueiredo, mas nenhum dos três atendeu as ligações da reportagem.
Lembra dos apontadores?
Em um mês, essa é a segunda denúncia grave contra a prefeitura de Penha. No início de outubro, o DIARINHO noticiou o suposto superfaturamento na compra de produtos como apontadores e vassouras. Um apontador, que custou R$ 2 na licitação, saía R$ 0,25 pro povão comprar na loja Anjo Dourado Presentes, vencedora da licitação na Capital do Marisco. Pra piorar, a prefa, que alegou que os apontadores adquiridos eram de melhor qualidade, comprou 10.876 unidades, sendo que a cidade só possui cerca de três mil alunos.
Já com relação às vassouras, a prefa pagou por uma de milho ou palha, na licitação, R$ 13,40 por unidade, sendo que a mesma custava R$ 7,99 na Anjo Dourado, que recentemente inaugurou uma baita loja na city. A administração comprou 150 vassouras, dando um total de R$ 2.010. Se comprasse na loja, como qualquer consumidor comum, gastaria R$ 1.198,50.