Sem reposição salarial e aumento de efetivo há 13 anos, os policiais civis de Itajaí, Navegantes, Barra Velha e Camboriú aproveitaram a visita do governador Raimundo Colombo (PSD) a Itajaí e fizeram ontem uma manifestação em busca de melhores condições de trabalho. O auê rolou no centreventos da Marejada e contou com a participação de delegados, escrivães e agentes que, vestidos de preto e com faixas e cartazes, cobraram medidas do governo barriga-verde pra tentar frear a grave crise institucional pela qual passa a corporação. O protesto faz parte de uma série de berreiros que estão rolando em toda a Santa & Bela.
Continua depois da publicidade
Dentre as reivindicações, as principais são melhores salários e um efetivo policial maior. Hoje, o salário base inicial de um policial civil é de R$ 781,82, enquanto um guardinha de trânsito de ...
Dentre as reivindicações, as principais são melhores salários e um efetivo policial maior. Hoje, o salário base inicial de um policial civil é de R$ 781,82, enquanto um guardinha de trânsito de Itajaí, por exemplo, já começa ganhando quase o dobro disso. Nilton Neves, vice-presidente do sindicato dos Policiais Civis de Santa Catarina (Sinpol), lembra que em 1986 o estado tinha 3200 policiais e hoje, 25 anos depois, por incrível que pareça, esse número segue igual. Fazer segurança é caro, mas é um princípio básico da população que tá sendo sonegado, governo após governo, alfineta.
Continua depois da publicidade
Logo que chegou no centreventos, Colombo foi questionado pelos tiras sobre os problemas estruturais e, principalmente, salariais da polícia Civil. O delegado do Departamento de Investigações Criminais (DIC) de Itajaí, Alan Pinheiro de Paula, conversou pessoalmente com o governador. Raimundo Colombo foi receptivo e informou sobre uma comissão criada para analisar nossos pleitos. Questionado sobre uma posição concreta, o governador acredita que até sexta-feira, dia 11 de novembro, haja uma resposta, conclui.
Os tiras, segundo Alan, querem também o pagamento de subsídios, pois assim não existiria mais os abonos que, somados, elevam um pouco o salário, mas acabam mascarando o real valor ganho pelos policiais. Dessa forma, o salário seria um só, porque o governo acaba maquiando o que ganhamos com esses abonos, observa.
Continua depois da publicidade
Mixaria
Mas o salário dos policiais civis é o que mais incomoda a categoria. Alan lembra que, a cada ano, cerca de 60 policiais abandonam a corporação pra tentar a sorte em outras instituições, como o Ministério Público e a polícia Federal. Segundo o delega, o salário do policial civil catarinense, função em que é exigido curso superior, é o menor do Brasil. O governador informou que há uma comissão governamental cuidando do assunto [o aumento do salário dos policiais], comissão esta presidida pelo vice-governador Eduardo Pinho Moreira, finaliza.