Libera Gonzzatto, 53 anos, também conhecida como Nena, é dona do quiosque Voo Livre, na praia Brava, no canto sul. Antes um lugar seguro, o trecho da avenida José Medeiro Vieira, a beira-mar, onde Nena trampa, tá perigosão. Depois que o acesso de carros foi interditado no final da via, só em outubro o boteco foi arrombado três vezes. A prefa peixeira garante que o Ministério Público Federal (MPF) solicitou o isolamento da área por conta da perturbação dos carros com som alto na madrugada. Até o fim do ano deve estar funcionando no local uma pista de pouso de voos livres para os parapentes que decolam do morro do Careca.
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Nena foi a primeira a abrir um comércio na praia, há mais de 30 anos, e diz que agora tá muito perigoso trabalhar, pois a malacada aproveita a má iluminação pra tocar o terror. Com o acesso brecado ...
Nena foi a primeira a abrir um comércio na praia, há mais de 30 anos, e diz que agora tá muito perigoso trabalhar, pois a malacada aproveita a má iluminação pra tocar o terror. Com o acesso brecado pros carangos, nem mesmo a polícia consegue chegar na rua pra dar uma bizolhada na área, diz. Ela também reclama das dificuldades de acesso.Ficou ruim pra gente descarregar as mercadorias, pois não temos como entrar com o carro. Estacionamos longe e trazemos tudo no braço, lamenta.
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De acordo com o secretário de Urbanismo de Itajaí, Paulo Praun, a área foi isolada por recomendação do MPF num acordo com o município. O abobrão revela que o MPF recebeu diversas denúncias dos moradores que não guentavam mais a barulheira que rolava noite adentro no conhecido canto da lagoa, e acredita que essa foi a melhor solução. Contudo, o secretário não soube informar o nome do procurador que intermediou o caso.
De qualquer forma, Praun revela que aquela área já seria fechada pra possibilitar que os radicais do voo livre tenham onde pousar, já que no terreno onde essa atividade atualmente rola será construído um prédio. Além da pista de pouso, o secretário revelou que planeja construir uma área de lazer pro povão, coisa que não existe na Brava. Hoje, lá, tá tudo abandonado. Com a construção do prédio e da área de lazer, vamos acabar com esse problema, acredita Praun, complementando que os perrengues de violência tendem a cessar com os novos empreendimentos.
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Nadica de nada
De acordo com o procurador do Ministério Público Federal em Itajaí que cuida da região da praia Brava, Roger Fabre, ele diz não ter conhecimento do tal acordo mencionado pelo secretário de Urbanismo, muito menos das denúncias. Faz muito tempo que não sento com secretários da prefeitura pra fazer um acordo ou decidir qualquer coisa, afirma. Fabre completa contando que desconhece o projeto pra implantação duma área de lazer no bairro. Os inquéritos civis públicos que tão rolando na Brava são, segundo o procurador, de longa data. Não há nada novo.
A reportagem do DIARINHO procurou também o Ministério Público Estadual (MPE), na 10ª promotoria de Justiça, mas lá todos desconheciam o caso.
Arrombamentos no quiosque
Com apenas uma viatura pra rondas na praia Brava, a polícia Militar de Itajaí espera que com a operação veraneio seja possível guentar os bandidinhos do litoral. A sargento Kaisa, responsável pelo setor de comunicação social da PM peixeira, revelou que de 1º de outubro a 16 de novembro foram registradas 22 denúncias de perturbação por barulho só na rua José Medeiros Vieira.