Itajaí

Mãe denuncia que bebê morreu em parto forçado

Chefão do hospital do Balneário conta que a criança pode ter se atravessado e dificultado o trampo dos médicos na hora de nascer

A dona de casa Iara Zacarias, 42 anos, não consegue controlar o choro e esconder o sofrimento ao ver as peças do enxoval do seu filho Alex Zacarias, que morreu durante o parto normal. Mãe de oito crianças, na terça-feira ela teve que enterrar o nono filho, que nasceu na noite anterior, no hospital Ruth Cardoso, do Balneário Camboriú. A família acredita que rolou negligência médica, pois o pequerrucho tinha mais de cinco quilos, passou por um parto difícil e teria tido até a cabecinha esmagada com fórceps.

A mamãe conta que recebeu orientação do médico que fez o pré-natal a procurar um hospital quando sentisse as primeiras contrações. Como já estava de nove meses, no domingo ficou malzona e foi internada ...

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A mamãe conta que recebeu orientação do médico que fez o pré-natal a procurar um hospital quando sentisse as primeiras contrações. Como já estava de nove meses, no domingo ficou malzona e foi internada na maternidade do Ruth Cardoso. Ela lembra que sentiu dores durante toda a segunda-feira. Como o neném era grandão demais, a mami não queria ter parto normal. “Falei para todos os médicos, mais de quatro vezes, que não ia dar conta de uma criança de mais de cinco quilos”, afirma.

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Mesmo assim, os médicos levaram a mãezona pra fazer o parto normal pelas 20h30 de segunda-feira. E o procedimento foi complicado. Iara sentiu muitas dores, teve que fazer força pacas e no fim não pôde nem chegar perto do filhinho. Ela afirma que, com muito custo, conseguiu fazer a cabeça do coitadinho sair, mas os ombros eram grandes demais pra passar. “Eles pegaram aqueles ferros [fórceps], enfiaram lá dentro e começaram a mexer. De repente, eles começaram a se olhar, como se algo estivesse errado”, conta.

Iara afirma que, logo em seguida, um dos enfermeiros já cortou o cordão umbilical da criança e outro médico simandou correndo com o garotão pra sala de cirurgia. “Ele nem chorou. Nasceu quietinho”, lembra a mãe, com lágrimas nos olhos.

A criança viveu três horas e a mãe tem dúvidas sobre a causa da morte, que não foi detalhada nem no atestado de óbito. Iara afirma que, quando foi pegar o corpinho do menino, viu que havia sangue saindo da sua boquinha. “Eles [os médicos] falaram que eu fechei a perna quando a cabeça dele saiu. Eu não fechei. Sou mãe de oito filhos”, desabafa.

Cabeça esmagada

A família não tem dúvidas que rolou erro médico. Maiara Donato, 19, sobrinha de Iara, conta que no enterro, realizado na terça-feira, notou que o neném estava com a cabeça amassada “Ela [a cabeça] afundou e na testa tinha marca de dedo”, conta. Maiara ainda afirma que os olhos, braços e testa da criança estavam com manchas roxas, como se tivessem sido apertados. O bebê foi enterrado sem exame de corpo de delito.

O cunhado de Iara, o funcionário público Humberto Luiz Donato, 48, diz que ainda não pensaram em buscar os direitos na dona justa, mas querem uma resposta dos responsáveis pelo hospital. “Na hora de inaugurar obra vai todo mundo, mas se acontece uma negligência médica, cadê eles?”, detona.

Criança estava atravessada

O chefão do hospital Ruth Cardoso, Marco Fatuch, afirma que ainda está por fora do lance, mas já marcou uma reunião com o médico Humberto Rizi, que fez o parto, e toda a equipe que participou do procedimento. De forma preliminar, ele afirma que os dotores informaram que a criança se atravessou bem na hora que deveria nascer. “Quando isso acontece, é muito difícil de retirar o bebê”, fala. Hoje deve ser divulgada a versão oficial do hospital.

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Cabe investigação

O delegado Márcio Colato, do Balneário, explica que os familiares podem registrar um boletim de ocorrência do fato. O dotô explica que eles devem contar as suas versões da desgraceira. Aí será aberto um inquérito pra averiguar realmente se rolou negligência médica. “Depois são chamadas as partes, analisamos o prontuário e averiguamos a situação”, diz. O BO pode ser feito digrátis na delegacia da comarca, na rua Inglaterra, depois que a polícia Civil sair da greve.

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