Ao contrário da outra vez em que o mesmo processo foi julgado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e terminou num placar apertado, no julgamento de ontem a absolvição foi por unanimidade. O prefeito de Balneário Camboriú, Edson Periquito (PMDB), e o vice-prefeito Cláudio Dalvesco (PR) eram acusados pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de abuso de poder econômico. Caso eles fossem condenados, perderiam o mandato. Como a cassação não saiu, nada muda na administração do município. O MPE pode recorrer da decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como já fez da outra vez em que Periquito e Dalvesco foram inocentados pelo TRE.

Em abril, quando os chefões da prefa da Maravilha do Atlântico foram absolvidos por três votos a dois, o rolo era o mesmo de agora – irregularidade na doação de campanha da última eleição municipal – mas a acusação era diferente. No outro processo, Periquito e Dalvesco respondiam por captação ilícita de recursos financeiros. Já no que foi julgado ontem, a acusação era de abuso de poder econômico. E os juízes entenderam que não era o caso. Oscar Borges Neto, relator do caso no TRE, votou pela cassação há sete meses, mas ontem decidiu pela absolvição. E os demais desembargadores seguiram o voto dele.

Soltou os cachorros

Periquito acompanhou a sessão do TRE pelo Twitter. Ele não nega a preocupação. “A gente tem certeza da inocência, mas não tem como ter certeza do resultado. Só que no fim os julgamentos tão sendo repetidos, porque já comprovamos a origem do dinheiro”, comenta o homem-pássaro. Ao mesmo tempo em que comemora o canetaço, o prefeito detona a oposição. “Eles tentam me desestabilizar, ficaram inconformados com a derrota nas urnas. Acabaram achando um fio desencapado pra se agarrar, só que tomaram choque”, lasca.

Periquito diz que é alvo porque tá fazendo muita coisa pela city. “Eles querem me derrubar porque tô resolvendo em três anos o que não resolveram em 20 anos. E isso tá sendo o atestado da incompetência administrativa deles”, afirma. O homem-pássaro especificou ainda mais as “indiretas” aos tucanos do Balneário, mencionando Dado Cherem (PSDB). “O hoje deputado boicotou a saúde da cidade porque não teve competência de ganhar nas urnas. Ele merece o esquecimento do povo, porque ele só causa mal pra cidade”, dispara. O DIARINHO falou com Dado Cherem, mas ele não quis comentar o veredicto e garantiu que nem tava sabendo que ia rolar o julgamento e que tá por fora da história.

Entenda o perrengue

A ação movida pelo MPE acusa Periquito, Dalvesco e outras quatro pessoas ligadas à campanha eleitoral deles, em 2008, de fraudar um recibo de R$ 200 mil na prestação de contas. De acordo com a denúncia, a tchurma teria inventado um nome de um suposto doador pra bufunfa. Periquito se defendeu, na época. “Não existe mais nenhum fantasma. O doador já foi identificado e, inclusive, reconhecido pela caixa do banco em que foi efetuado o depósito da doação”.

“Eles tentam me desestabilizar, ficaram inconformados com a derrota nas urnas. Acabaram achando um fio desencapado pra se agarrar, só que tomaram choque”