A menina, a mãe e outras testemunhas que a polícia preferiu não revelar já foram ouvidas pelo delegado Élcio. Foi com base nos conversês e no vídeo em que D. admite ter abusado da criança que o delegado pediu pra dona justa a prisão preventiva do empreiteiro. O homem acusado oficialmente pelo crime de estupro contra menor não foi encontrado pelos homidalei.
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Cartaz na escola incentivou criança a contar a barbaridade
A menina mora no bairro Monte Alegre com a mãe, a manicure G.C.V., 33. A história do estupro só veio à tona porque a garotinha teve coragem e abriu o bico na escola. Ela viu um cartaz do núcleo de Prevenção às Drogas e Pedofilia de Camboriú incentivando as denúncias de abuso sexual e resolveu contar tudo. Ao ouvirem sua história, os professores da escola entraram em contato com a mãe da criança e com o pessoal do conselho tutelar.
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Abusos duraram três meses
G. contou ao DIARINHO que, pelos relatos da filha, os abusos aconteciam há três meses. Foi umas quatro ou cinco vezes, desde que a gente ainda morava na Barra, disse ainda a manicure, que se referiu ao empreiteiro como monstro.
D. era amigo de G., que é solteira e vive apenas com a filhota. A manicure é natural do Paraná e afirmou estar chocada com toda a situação. Agora, a mulher clama por justiça. Como o abuso contra sua filha foi parar na imprensa, ela acredita que D. já deve estar longe.
O empreiteiro mora no bairro São Judas Tadeu, no Balneário Camboriú. Acho que ele já fugiu, arrisca dizer G.
A criança abusada está passando uns dias na casa de parentes, num local não divulgado. Ela tá muito agitada, contou a mãe, afirmando que ela não está bem e queria ficar em casa. A menina será submetida a tratamento piscológico por um profissional do conselho Tutelar da Capital da Pedra.
No começo, ninguém quis acreditar na história contada pela criança
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D. já era conhecido da manicure G. há dois anos. Chegaram a passar o Réveillon juntos, na companhia de mais uma amiga do Paraná. A mãe da criança abusada revelou que o empreiteiro teria ficado várias vezes sozinho com a menina e ela jamais pensou que pudesse cometer uma barbaridade dessas.
O pedófilo teria desconfiado que a menina ia contar o abuso e começou a pressioná-la. Na tentativa de manter o caso em segredo, teria oferecido um notebook pra criança ficar calada.
A história contada pela garotinha foi tão cheia de detalhes que o pessoal do conselho tutelar chegou a pensar que tudo não passava de invenção da menina. A mãe chegou a registrar um boletim de ocorrência na delegacia de polícia Civil, mas no começo também não conseguia acreditar na história.
Foi por conta de toda aquela descrença que a menina teve a ideia de fazer a gravação com a ajuda da mãe. Eu já tinha combinado com ela. Peguei uma câmera emprestada e fui na padaria comprar cigarro, contou G., dando detalhes de como o vídeo foi produzido, na sua quitinetezinha, na semana passada.
O conselheiro Adriano Gervásio informa que D., ainda sem saber da existência do vídeo, chegou a dar o notebook pra criança não revelar toda a safadeza. Adriano também ficou de cara com a coragem da garotinha, porque ela não teve medo, mesmo vendo que D. usava uma faca pra cortar um pão e uma linguiça no momento em que gravava o vídeo escondido.
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Ontem à tarde, o empreiteiro não atendeu aos seus dois telefones celulares. O DIARINHO deixou recado na caixa postal, mas D. não retornou as ligações.
No saite do DIARINHO (www.diarinho.com.br) tá publicado o vídeo. Abaixo você pode ler parte do trecho da conversa da criança com o tarado. Num dos momentos, a garota pressiona o empreiteiro pra que ele admita os abusos: Você sabe que eu não tô mentindo. Vai me dizer: eu tô mentindo, por acaso?. E ele responde um sonoro Não!.
Lei contra pedófilos ficou mais severa
Há dois anos, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei 12.015 que alterou o código penal brazuca e deixou mais severas as penas contra os pedófilos. A começar pelo tempo de cana, que passou para um período entre oito e 15 anos pra crimes cometidos contra crianças de até 14 anos. Até então, o tarado que abusava de crianças pegava no máximo 10 anos de xadrez.
A lei também mudou o conceito de estupro. Agora, não precisa mais haver penetração. Qualquer tipo de abuso em que haja contato físico do tarado nas partes íntimas da criança passa a ser considerado estupro.
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Hoje em dia, toda cidade tem conselho tutelar e em boa parte delas há uma delegacia especializada em crimes contra menores. Pela lei atual, a polícia não precisa mais esperar que um adulto comunique à dona justa de alguma suspeita de abuso sexual contra crianças. Os homidalei têm amparo pra agir se a pimpolhada denunciar o tarado.