Alterações na tarifa do busão, mudanças nas rotas e pontos de parada e fiscalização do serviço da concessionária da city. Estes são os principais focos de discussão do conselho Municipal de Transporte Coletivo de Itajaí (Comtrac). O problema é que o município já está prestes a completar um ano sem o tal conselho, o que já resultou no engavetamento de mais de 50 pedidos de mudanças no serviço de busos na city peixeira. O motivo desse saldo negativo é a falta de uma simples caneteada do prefeito Jandir Bellini (PP) pra ativar a bagaça. A antiga direção do Comtrac já acionou até a dona justa pra reverter a situação e a câmara de vereadores chegou a pedir uma auditoria na Coletivo Itajaí, concessionária do transporte de ônibus na city, pra saber o que a empresa anda fazendo sem fiscalização. A justificativa da prefa pra não sancionar o Comtrac é que os abobrões estão elaborando uma nova lei de formação do conselho.
Com mais de 50 pedidos do povão sem resposta do poder público, o último presidente do Comtrac, Júlio César Corrêa, reclama que já tentou de todas as formas ter um plá com o mandachuva da city pra ...
Com mais de 50 pedidos do povão sem resposta do poder público, o último presidente do Comtrac, Júlio César Corrêa, reclama que já tentou de todas as formas ter um plá com o mandachuva da city pra saber por que ele ainda não sancionou a formação do novo conselho. Desde o ano passado, nós tentamos conversar com o prefeito Jandir Bellini, mas não conseguimos. Então, o último recurso foi entregar toda a documentação ao Ministério Público, na 9ª Promotoria de Defesa da Moralidade Administrativa, no mês passado, e agora estamos aguardando um posicionamento. Sem o Comtrac, quem deve fazer a fiscalização das ações da Coletivo é a própria prefeitura, que, na verdade, não fiscaliza nada, só assina embaixo nas decisões da empresa, acusa Corrêa.
Além disso, a comissão Parlamentar Permanente de Transporte da câmara de Vereadores de Itajaí pediu uma auditoria nas contas da empresa. A Coletivo aumentou a passagem no início do ano e não ficou claro como isso foi feito. Como já não havia conselho pra fiscalização na época, nós decidimos fazer uma auditoria pra saber os reais motivos da alteração na tarifa de preço. A auditoria foi feita por uma empresa terceirizada e deve entregar os primeiros resultados ainda esta semana, informa o vereador Marcelo Werner (PCdoB).
O professor de planejamento urbano da Univali, Marcus Polette, explica a importância do Comtrac na gestão do transporte público da city. A criação de conselhos é uma forma de tornar a administração mais participativa. Sem eles, as decisões voltam a ser concentradas e geram desconfiança. O Comtrac é um espaço de atuação do povo, que vive o dia-a-dia do transporte público da cidade. Sem ele, como o poder público municipal vai saber se todos os bairros serão bem atendidos?, questiona o sabichão.
Quer mudanças no conselho
O secretário de Urbanismo de Itajaí, Paulo Praun, alega que o antigo conselho não funcionava direito, e anuncia que a prefa irá propor uma nova lei sobre a formação do Comtrac. A formação é desproporcional e precisa mudar. Eu já fiz parte do Comtrac em 2004 e aquilo não funcionava. O Ministério Público também nos orientou a elaborar uma nova lei, pra tratar sobre a formação do conselho, e é isso que estamos fazendo. A ideia é ter membros de outras categorias, como representantes de comércios, da Univali, do sindicato dos motoristas. A proposta está em fase de revisão e deve ser encaminhada pra votação na câmara na próxima semana, sisplica o bagrão.
Coletivo também reclama
Sem fiscalização pras ações da empresa, a diretora de marketing da Coletivo Itajaí, Tuani Nara Rizzi Nunes, diz que apenas uma modificação no itinerário rolou em 2011, já que o aumento da passagem foi no final do ano passado. Houve uma alteração para os parentes de presos do presídio da Canhanduba. Eles fizeram um pedido diretamente para a Coletivo e foram atendidos. Mas sem um conselho que regule esses pedidos [os cerca de 50 pendentes], não podemos fazer nada, chora Tuani.
Os membros do Comtrac
De acordo com a lei municipal n° 2670/91, o Comtrac deve ser composto por cinco representantes da prefa, um da câmara de vereadores, três da empresa concessionária do transporte coletivo e ainda dois membros de cada bairro da city.