Itajaí

Diarista que era espancada e teve os filhos estuprados pelo marido abre o coração

Mulher, que ontem completou 38 anos, contou com detalhes como descobriu a monstruosidade do parceiro e disse que tem esperança de que ela e seus filhos voltem a ter uma vida normal

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Paz e segurança. São com esses sentimentos que a criança que vi­nha sendo abusada sexualmente pelo próprio pai vai levantar da cama hoje para um dia especial. Neste sábado, ela comemora seis aninhos. Parece difícil de acreditar que o trauma dará lugar à alegria. Mas é isso que acontecerá, garan­te a esperta menina, que ontem acompanhou durante todo o tempo a entrevista que sua mãe, a diarista K.J.C., 38 anos, deu com exclusivi­dade ao DIARINHO.

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Ontem, era K. quem estava de aniversário. “Estamos livres. Aca­bou”, resumiu, afirmando que as lágrimas que derramava eram de alegria pelo fim do inferno que passou ao lado do marido. O pin­tor ...

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Ontem, era K. quem estava de aniversário. “Estamos livres. Aca­bou”, resumiu, afirmando que as lágrimas que derramava eram de alegria pelo fim do inferno que passou ao lado do marido. O pin­tor Alvim José Pereira Junior, 42. Além de abusar da caçula, ainda teria estuprado o filho de 10 anos e o enteado de 12. Ao descobrir que estava sendo investigado pela po­lícia, Alvim, preso na quinta-feira, passou a espancar ainda com mais frequência a companheira.

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A noite de quinta para sexta-feira foi a primeira, desde o início de novembro, em que K. dormiu sem o fantasma do marido. A primeira durante a qual, finalmente, repou­sou sem medo. “Sofri muita amea­ça dele. Temia que ele viesse à noi­te. Esse medo acabou”, desabafou.

O sol radiante da sexta-feira parecia anunciar a nova vida da diarista. Abraçou os três filhos, chorou e, consigo mesma, rezou. Desejou - e admite que conseguiu - que seu presente de aniversário fosse a sensação de alívio. “Foi o melhor presente de aniversário que eu já ganhei. Nunca vai ter [presente] maior”, disparou.

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A espontaneidade com que a filha manifestava toda a feli­cidade pelo fim do sofrimento que a família passou, fez a mãe transformar as lágrimas em cho­ro convulsivo enquanto conver­sava com o DIARINHO. Desde o dia 3 de novembro, quando ela descobriu que o marido abusava da pequerrucha da família e dos outros dois filhos., K. vivia como num filme de terror. Não comia, mal dormia por conta do medo que não a abandonava.

“Ligaram avisando da prisão. Eles [os filhos] gritavam e pulavam de alegria”

Por conta do histórico violento de Alvim em casa e, principalmente, depois de descobrir que ele usava drogas, K. de­cidiu mandá-lo embora. Mas o pintor, pra ficar perto da família a quem aterrorizava, mudou-se para uma quitinete bem pertinho de onde o casal vivia, no morro do Bem-te-vi, no bairro Fazenda, em Itajaí. Desde então, Alvim, nas palavras de K., a perseguia por todos os cantos e, inclusive, che­gou a invadir sua baia. “Eu voltava de uma faxina que fui fazer, cheguei em casa e vi as coisas jogadas na entrada da porta. Ele arrombou a casa e pôs fogo em alguns documen­tos nossos”, conta a diarista.

Jurou matar a mulher

Alvim chegou a ser detido pelos policiais e levado até a delegacia pela invasão, que aconteceu há uns 10 dias. Mas não ficou preso. A li­beração do pintor custou ainda mais caro pra diarista e seus filhos. “Lá na delegacia contaram que ele estava sendo investigado por abuso sexual. Até então, ele não sabia. Depois dis­so, ele ficou ainda mais agressivo”, afirma a mulher. Na terça-feira desta semana, Alvim praticou mais uma violência contra K., quando ela voltava do jardim de infância, onde havia dei­xado a filha. “Ele me deu um tapa no rosto e disse que iria me matar antes que a polícia pusesse as mãos nele”, acusa a diarista.

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A agressão foi a gota d’água. Ain­da mais aterrorizada com o marido, K. foi até o conselho Tutelar e reve­lou a agressão a uma das conselhei­ras. O caso foi parar na delegacia e depois no fórum peixeiro. Final­mente, na quarta-feira, Alvim teve o mandado de prisão expedido pela dona justa. Na manhã de quinta-feira, K. estava na casa de uma irmã, também no morro do Bem-te-vi, quando recebeu a notícia de que finalmente o pintor tinha sido preso e que seria levado, no mesmo dia, para o presídio da Canhandu­ba. A notícia da prisão do marido violento e tarado deixou os qua­tro membros da família eufóricos. “Ligaram da delegacia avisando da prisão. Eles [os filhos] gritavam e pulavam de alegria”, relata.

Foi a pequena quem, cansada dos abusos, resolveu contar o que o pai vinha fazendo com ela

Olhar o rosto corado e feliz da filha de cinco anos e associá-lo à imagem ainda presente daquele dia 3 de novembro, quando des­cobriu a tara do marido, foi de­mais pra K. As lágrimas quase a impediram de contar os detalhes sórdidos do abuso sofrido pelos três filhos.

Mas a diarista ainda tentou en­contrar forças e tocar pra frente a conversa com o DIARINHO. “Eu tava lavando a louça. Ela (a filha) veio pra mim: ‘Mãe, eu não quero mais que o pai vai me buscar na escola’. Perguntei por quê e e ela disse: ‘Não quero porque ele me leva pro quarto dele’”. O choro compulsivo interrompeu a nar­rativa. “O resto, você sabe, né?”, acrescenta, quase sussurrando.

Os outros dois filhos de K. surgiram, então, na cozinha. Como que pra socorrer a mãe, a pequena sugere a um deles que explicasse o restante da história. O menino de 10 anos acatou o pedido. “Ela (a irmã­zinha) veio e disse: fulano, eu já contei o que o pai fazia comigo. Pode contar pra mãe, porque eu já contei’”, relatou K., já recomposta e tentando tomar as rédeas da história no­vamente. Mas a continuação do depoimento sempre esbar­rava na emoção com que ela dispensava as palavras. “Des­culpe, é difícil falar sem se emocionar”, justifica.

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Filhos sofriam desde o ano pas­sado

A conversa com a psicóloga do conselho Tutelar e o exame de corpo de delito feito nas crianças, no instituto Médico Legal (IML) de Itajaí, comprovaram o que a mãe jamais imaginou: os filhos sofriam com os abusos do pai desde o final do ano passado. “Eu jamais soube de nada até ela vir me contar. Nunca havia encon­trado nada de anormal neles”, garantiu K.

Vício do crack transformou Alvim num monstro

Três meses antes de des­cobrir que o marido abusava dos filhos, K. flagrou Alvim usan­do crack dentro de casa. Já desconfia­va que ele estava se entregando às drogas. Há pelo me­nos um ano e meia viu o marido mudar drasti­camente de comportamento. “Tornou-se agressivo. Batia em mim. Sempre foi bem o oposto”, lembra.

A própria filhinha descre­veu um dos episódios de terror pelo qual a mãe passava na mão do safado com os espan­camentos que eram cada vez mais cons­tantes. “A gente Só ouvia pá, pá. Parecia que a casa ia cair”, nar­ra a criança, que apesar da pouca idade parece ter a noção exata do tamanho da violência pra­ticada.

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