Quem passa pela rua Inspetor Othon João Nogueiro, no bairro Salseiros, e vê a casa da dona Marli Rodrigues, 40 anos, pode ficar impressionado com a beleza. A muié comprou uma casa pré-fabricada em julho deste ano da empresa House and Gardens, mas a baia foi entregue em outubro, segundo ela, toda inacabada. Marli garante que, além dos R$ 60 mil pagos à vista, ela tá bancando os reparos por conta própria, já que, de acordo com a muié, a House and Gardens deu de ombros pro perrengue. O empresário Ricardo Marçal, contudo, nega as acusações e garante que a cliente descumpriu termos do contrato, o que refletiu no resultado final da obra.

Pisos quebrados e frestas entre uma tábua e outra. O vaso sanitário foi colocado dentro do boxe do chuveiro. Dona Marli, que mora de aluguel, não acreditou no estado que encontrou a casa de três quartos, banheiro e cozinha. Desde outubro ela não consegue mudar pra baia nova, pois tá em reforma. “Eu tô com medo de ligar a energia, pois faz um barulho estranho e parece que vai pegar fogo. Agora vou ter que chamar um eletricista pra ver isso também”, conta dona Marli.

Marli disse que comprou a casa pronta, pois não queria se incomodar com a contratação de pedreiros, e agora está tendo que chamar todo esse pessoal para trabalhar na casa. Também alega que não foi informada pela empresa da necessidade de contratar um engenheiro pra acompanhar a montagem da casa e os perrengues junto à prefa.

Segundo a muié, ela procurou o dono da House and Gardens pra exigir que todos os problemas fossem resolvidos. Quando foi atendida pelo empresário Ricardo, Marli garante que foi insultada. “Isso foi o que me deixou mais irritada, a forma como ele me tratou; me xingou e ainda disse que isso não era problema dele”, relata.

Tá tudo no contrato

Procurado pelo DIARINHO, o empresário Ricardo negou toda a reclamação. O cara fez questão de ressaltar que está no mercado há 10 anos e que a sua empresa é séria. Segundo o empresário, a empresa House and Gardens não é uma construtora ou empreiteira, mas uma vendedora de kits de casas pré-fabricadas. Por este motivo, Ricardo explica que consta no contrato de prestação de serviços que é responsabilidade da cliente verificar com a prefeitura a viabilidade para instalação e contratar um engenheiro pra fiscalizar a obra.

De acordo com o empresário, isso não foi feito por Marli. “Ela não fez nada disso. A fundação do terreno foi feita de maneira inadequada. Eu sou não sou engenheiro, ela deveria ter contratado um profissional como consta no contrato que tá assinado por ela”, alega. Ricardo encaminhou ao DIARINHO a cópia do contrato, no qual consta na seção de Observações, item 6 que “A Empresa House and Gardens não se responsabiliza pelos projetos de aprovação e regularização com a prefeitura local, cabendo ao cliente contratar o engenheiro para execução do projeto e fiscalização”. Apesar disso, dona Marli garante que não foi informada verbalmente sobre essa condição.

Sobre os xingamentos, Ricardo confessa que numa oportunidade dona Marli se exaltou no telefone e para evitar desentendimentos, ele garante que desligou o aparelho. Uma discussão teria ocorrido entre Marli e um funcionário da empresa, que segundo o empresário, já foi demitido pela malcriação