Se brigas são profanas, só Santa Inês pra trazer o divino. Ontem rolou uma reunião em Florianópolis pra discutir o destino do hospital de Balneário Camboriú que leva o nome da santinha, fechado desde o mês passado. Dado Cherem (PSDB) e Edson Periquito (PMDB) estavam no mesmo plá. Apesar de já terem trocado farpas em várias ocasiões, não teve quebra-pau. Às vezes, o bom senso pode ser considerado um milagre.
De acordo com Dado, a iniciativa da reunião foi dele. Também participaram da conversa o presidente da comissão de Saúde da assembleia legislativa, Volnei Morastoni (PT), os abobrões de Saúde Dalmo ...
De acordo com Dado, a iniciativa da reunião foi dele. Também participaram da conversa o presidente da comissão de Saúde da assembleia legislativa, Volnei Morastoni (PT), os abobrões de Saúde Dalmo Claro de Oliveira (PMDB), da Santa & Bela, e José Roberto Spósito (PMDB), da Maravilha do Atlântico, além do médico Jáu Gaya, do Santa Inês. O tucano garante que o convite pro prefeito partiu de Volnei. Mesmo sem troca de sorrisinhos, eles não perderam a compostura. Não tem como fazer uma ação no Santa Inês sem a participação do município. Esta é a hora de apagar tudo, destaca o deputado.
Ao final, duas saídas foram apontadas pra tentar reabrir as portas do hospital que é privado, mas que funcionava por intermédio da prefa do Balneário. O Santa Inês fechou as portas praticamente ao mesmo tempo em que foram abertas as do hospital municipal Ruth Cardoso. A primeira proposta é transferir a urgência e emergência em traumatologia e ortopedia do hospital recém-inaugurado pro que faliu no mês passado, que também manteria o pronto-atendimento aberto e 10 leitos de unidade de Terapia Intensiva (UTI). Neste caso, a quantidade de leitos vai depender do quanto o Estado vai injetar de grana.
A intenção é que o governo da Santa & Bela disponibilize recursos pros próximos quatro meses, quando a região fica sobrecarregada por conta do aumento da população. Nesse meio tempo, as lideranças políticas e a administração do Santa Inês tentarão encontrar uma solução definitiva. O hospital tem um custo aproximado de 500 mil reales ao mês pra poder funcionar direitinho. O segundo encaminhamento ficou pro abobrão estadual de Saúde, que baterá um papo com o governador Raimundo Colombo (PSD) pra saber exatamente qual o valor que o Estado vai poder enviar pro Santa Inês.
De frente com o inimigo
A relação de Dado Cherem e Edson Periquito nunca foi das melhores. Adversários políticos declarados, vira e mexe se alfinetam. Recentemente, o prefeito usou as página do DIARINHO pra atacar o tucano. O hoje deputado boicotou a saúde da cidade porque não teve competência de ganhar nas urnas. Ele merece o esquecimento do povo, porque ele só causa mal pra cidade, acusou o homem-pássaro, logo depois que foi absolvido de um processo que rolava na justa eleitoral. Dado não gostou e contratou um advogado pra entrar com uma ação judicial contra o prefeito. Ontem a reportagem quis saber como anda a tal ação, mas o tucano se negou a comentar o assunto.
A santinha na política
Se ontem Santa Inês apaziguou a relação entre Periquito e Dado, teve vez em que ela se deu mal por se meter com políticos. Pra quem não conhece a história da virgenzinha que dá nome ao hospital, eis: Santa Inês viveu em Roma no início do século 4. Aos 13 anos, a jovem foi bulinada pelo filho do prefeito da city italiana. Como não cedeu, foi julgada e obrigada a venerar uma deusa romana. Ela não aceitou. E o prefeito mandou Inês pra fogueira. Mas as chamas não pegaram. Então, o vice-prefeito de Roma mandou decapitar a menina. E a cabeça da Santa Inês rolou. Só depois os políticos perceberam o tamanho do erro.