Jeferson de Cássia Borges Marba, 34 anos, foi preso ontem à tarde acusado de torturar sua mulher e usar uma faca quente pra tatuar na testa da coitada a palavra adúltera. A mulher, de 33 anos, vinha sendo mantida prisioneira há pelo menos duas semanas. Sofreu tanto durante as sessões de terror pelas quais passava que chegou a ficar surda de tanta porrada que levou na cabeça. Três filhos do casal também vinham sofrendo violências físicas e eram impedidos de sair de casa. A família foi resgatada por conselheiros tutelares e policiais militares, que invadiram a casa-cativeiro na rua Santa Rita, no bairro São Judas Tadeu, o popular Barranco, em Camboriú. Uma das crianças estava com o bracinho quebrado.
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Era 17h quando os conselheiros tutelares receberam a denúncia de que crianças eram maltratadas numa baia do Barranco. Como o portão estava trancado, os policiais militares pularam o muro da baia ...
Era 17h quando os conselheiros tutelares receberam a denúncia de que crianças eram maltratadas numa baia do Barranco. Como o portão estava trancado, os policiais militares pularam o muro da baia. Quando entraram na casa, deram de cara com a mulher toda marcada das porradas que vinha levando todo santo dia. Mas o que causou espanto e revolta foi a palavra adúltera tatuada na testa da coitada. A palavra, diz o conselheiro tutelar Valmor Dalago, foi escrita com uma faca aquecida num ferro de passar roupa. Foi uma das piores coisas que já vi, comentou Valmor.
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As otoridades também encontraram um bebê de dois meses, um menino de sete anos que estava todo machucado e outro com nove anos com uma fratura no braço. As agressões teriam sido cometidas também por Jefferson.
Resgatada, a família foi levada direto pro hospital de Camboriú. Temos que bater radiografia de todos, fazer exames e medicar, disse o conselheiro.
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Um conselheiro tutelar contou que a família tava tão aterrorizada e abalada que levou um tempo até siligar que podia sair da casa.
Jefferson foi encontrado pela polícia Militar, ainda no finalzinho da tarde, andando pela rua 3300, no centro da vizinha Balneário Camboriú. Ele teria admitido aos PMs a tortura e alegou que agiu daquela maneira por vingança, porque a mulher o havia traído.
O casal vivia junto há 12 anos. Há um mês vieram de Curitiba/PR pra recomeçar a vida pelaqui. Jefferson seria viciado em cocaína. As agressões, contou a mulher, seriam antigas, mas ficaram piores nos últimos 15 dias. Primeiro com o cárcere privado, depois com sessões de espancamento diárias com um cano de PVC, até que culminou com a tatuagem que Jefferson fez na testa da esposa. Ela era amarrada e tinha a boca tapada com uma meia durante as sessões de tortura.