Uma caminhada do sindicalista Ademir de Jesus, 60 anos, pela Beira-mar de Navegantes rendeu um flagra de desrespeito ambiental. O dengo-dengo se exercitava no último domingo quando deu dicara com uma lixarada tropical espalhada pela areia: uma enorme variedade de frutas e flores. Com várias fotos do flagrante em mãos, Ademir quer saber qual órgão procurar pra oficializar a denúncia e o DIARINHO deu essa ajudinha pra ele.
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Ao olhar pro mar, Ademir avistou o baita cruzeiro Imperatriz, que passou pela city no finde. O cara acredita que nojeirada foi lançada ao mar pelo transatlântico e trazida à orla pela correnteza ...
Ao olhar pro mar, Ademir avistou o baita cruzeiro Imperatriz, que passou pela city no finde. O cara acredita que nojeirada foi lançada ao mar pelo transatlântico e trazida à orla pela correnteza, na região da Meia Praia, em frente à rótula da rua do aeroporto. Tinha um monte de coisas, melancia, melão, chuchu estragado, maçã, manga... Uma coisa horrível, conta.
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Entre os produtos atolados na faixa de areia, Ademir ainda relata que encontrou mercadoria requintada, como garrafas de champanhe. A esposa dele, relembra, chegou a cogitar a possibilidade da bagulhada ser proveniente de macumba, mas, segundo o cara, no ritual os alimentos não são consumidos, como os encontrados na praia. No dia seguinte ao flagra, Ademir afirma que os restos de rango ainda estavam no mesmo local.
O superintendente da fundação do Meio Ambiente de Navega (Fuman), Paulo Mafra, informou que Ademir pode procurar o departamento pra registrar o berreiro. A própria Fuman se responsabilizará pela procura aos culpados da barbaridade, o que não será uma tarefa fácil, adianta o abobrão. Todo lixo que é jogado no mar acaba desembocando em Navegantes, por conta do rio Itajaí-açu. Por esse motivo, é difícil nós identificarmos de qual navio partiram os resíduos, explica.
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Quem fiscalizada é a Anvisa
Segundo informações repassadas pelo delegado da Capitania dos Portos em Itajaí, Fernando Anselmo Sampaio Mattos, os cruzeiros são autorizados a despejar oceano adentro apenas resíduos sólidos triturados e água utilizada pra higienização humana. Contudo, se aparecer comida inteira na praia, é a agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que entra em ação.
Por meio de assessoria de imprensa, a agência informa que, se alguma empresa marítima for pega em descumprimento às determinações citadas pelo delegado Anselmo, serão aplicadas penalidades previstas na Lei 6437/ 77, que podem variar de notificação a multa de até R$ 1,5 milhão. Pra oficializar uma denúncia envolvendo transatlânticos e meio ambiente, o povão pode ligar também pra ouvidoria da Anvisa, no telefone 0800-642-9782.