Itajaí tá muito bem na fita da grande reportagem da Exame chamada A marca da economia brasileira. São 18 páginas traçando o perfil das maiores pujanças econômicas do país. O porto e sua logística e a construção civil foram apontados como os setores econômicos mais importantes da região.
A matéria tem como base uma pesquisa da empresa de consultoria Deloitte, que a pedido da Exame fez um levantamento minucioso dos novos polos de desenvolvimento econômico brazucas que tão dando um balão nos grandes centros econômicos.
Pra ter uma ideia do que esse grupo de 10 regiões representa pro restante do país, nos últimos três anos sua economia cresceu 45%, enquanto que a média nacional ficou em 16%. Quer mais? Então veja só: sua participação no PIB nacional tende a pular de minguados 4% em 2008 para significativos 12% em 2020. (Veja no gráfico abaixo o que a pesquisa da Exame/Deloitte traz sobre Itajaí e região).
Pela pesquisa, no sul do Brasil despontaram apenas Itajaí e suas cidades vizinhas, em especial Balneário Camboriú e Navega, as cidades gaúchas de Cruz Alta e Não-Me-Toque, no noroeste daquele estado, e as paranaenses Paranaguá e Antonina, no litoral.
A disputa não foi fácil. A foz do rio Itajaí-açu foi selecionada de um universo de 558 microrregiões espalhadas pelo país afora. Além da nossa e daquelas do noroeste gaúcho, foram apontados ainda o sudeste do Pará (Marabá e Paraubebas), o sul do Maranhão (Porto Franco e Estreito), o norte do Rio Grande do Norte (Macau e Guamaré), o sudeste mineiro (Ouro Preto e Itabirito), o norte fluminense (Macaé e Campos dos Goytacazes), o sul de Goiás (Quirinópolis e São Simão) e o norte e o sudeste do Mato Grosso (Primavera do Leste e Sorriso).
Pesquisa do IBGE confirma importância de Itajaí
Pesquisa divulgada esta semana pelos sabichões do instituto brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforça a importância de Itajaí no cenário econômico nacional. Pela pesquisa do órgão, que pertence ao governo federal, a city peixeira tinha em 2009 o segundo maior PIB do estado. Algo perto de R$ 10,9 bilhões. Só perdia mesmo pra industrializada Joinville, a maior cidade da Santa & Bela, com R$ 13,4 bi. A terceira no ranking é Floripa, com R$ 8,3 bi.
Se fosse dividir toda essa dinheirama por morador da cidade, Itajaí também se daria bem. O PIB per capita (por cabeça) daria em 2009 nada menos que R$ 63,2 mil por habitante. Também o segundo do estado. O primeiro continua Joinville, com um PIB per capita de aproximadamente R$ 83 mil. A pequena Treze Tílias, no meio oeste, fica com a terceira posição, com R$ 52,7 mil.
Pra empresários e dirigentes públicos, cidade vai se destacar ainda mais nos cenários estadual e nacional
A reportagem da Exame, botando Itajaí nos cornos da lua, não foi surpresa pra quem vem acompanhando os caminhos e vieses da conturbada economia itajaiense, castigada de tempos em tempos pela natureza, como as enchentes, alagamentos ou o assoreamento do canal de navegação. Recebemos a notícia com muito otimismo e alegria, principalmente por ver que Itajaí, de fato, é aquilo que temos falado há muito tempo e que será o centro econômico do estado, diz, de boca cheia, o executivo Eclésio Silva, vice-presidente para assuntos portuários e do comércio exterior da associação Empresarial de Itajaí (ACII) e que em janeiro assume a vice-presidência executiva da entidade.
Chefão do sindicato das Agências de Navegação Marítimas de Santa Catarina (Sindasc) e diretor da Multilog, empresa privada que tem na cidade um dos maiores portos secos alfandegados do Brasil, Eclésio tem cacife pra afiançar que a Itajaí chegará ao máximo da sua importância econômica pro estado em no máximo cinco anos. Em 2015, 2016, estaremos ultrapassando o PIB de Joinville, aposta.
E não é apenas o pessoal do setor privado que esbanja otimismo. Mesmo as intempéries, como as enchentes, não conseguiram parar o crescimento econômico da cidade e a projeção para os próximos anos é ainda maior, comenta Clayton Batschauer, secretário de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Sedeer) da prefa de Itajaí.
A tal da projeção da qual Clayton fala vai além do setor portuário e infraestrutura logística. Temos, claro, um porto e um modal logístico que são referência para o país, mas estamos tendo dois novos mercados em expansão, o da indústria do petróleo e do gás e o náutico, que será de excelência internacional, afirma o abobrão.