Após receber várias denúncias de peixeiros, o Ministério Público Federal (MPF) resolveu bizolhar a ação da prefa de Itajaí, que está pelando o morro da Atalaia. Além disso, os moradores da região tão na bronca com o centro de Educação (CEA), do parque Ambiental da Atalaia, que está desde janeiro sem funcionar por causa dos deslizamentos na área. Um inquérito civil público foi aberto em setembro deste ano pra investigar se o desmatamento no morro é maior do que o permitido.
O MPF informou que uma perícia do corpo técnico do órgão deve ser realizada nas próximas semanas pra avaliar o caso. Sabichões do município garantem que a obra de conformação de taludes do morro ...
O MPF informou que uma perícia do corpo técnico do órgão deve ser realizada nas próximas semanas pra avaliar o caso. Sabichões do município garantem que a obra de conformação de taludes do morro é necessária pra evitar novos deslizamentos. O prefeito da city, Jandir Bellini (PP), afirma que tanto a obra como o centro educacional foram boas coisas pra city, que não pagou nada pelos dois.
Mas o procurador Roger Fabre quer ouvir a opinião da equipe técnica do MPF, que vai fazer uma perícia no morro. Depois disso, ele vai decidir se abre ou não um processo contra a prefa. Recebemos denúncias de que a área desmatada na formação dos taludes é maior do que o permitido. Já pedimos informações para a Famai (fundação do Meio Ambiente de Itajaí), e o corpo técnico do MPF vai fazer uma perícia no local nas próximas semanas. Depois vamos avaliar se há realmente algo de errado no trabalho que está sendo feito no local, conta o bagrão.
Quem mora na região reclama do morro da Atalaia todo pelado e também do CEA. Estão destruindo o morro, e ainda tem o CEA, que nunca funcionou direito porque fizeram numa área de risco. Agora estão gastando uma fortuna pra salvar a casa, reclama o pescador Jair José Nascimento, 57, que mora no bairro há 50 anos.
O prefeito da city, Jandir Bellini, defende a obra, e ainda revela que nem a terraplanagem no morro nem a construção do CEA saiu do bolso do contribuinte peixeiro. São obras de compensação ambiental. Ou seja, o dinheiro veio de empresas que desmataram em um lugar e precisam replantar em outro. O município de Itajaí não gastou nada, e ainda vai ganhar uma área em que não há risco de deslizamentos, explica o mandachuva, que ainda defende o local onde foi construído o CEA. A casa era de uma empresa e foi desapropriada, então teve custo zero pro município. Na época, não havia risco de deslizamento, sidefende o bagrão.
Sabichões garantem que não há outra saída
A Famai diz que está fiscalizando a obra. Os sabichões da fundação garantem que a terraplanagem vai livrar a região dos casos de deslizamentos de terra. Após a formação dos taludes, vamos colocar uma biomanta cobrindo o relevo, com um sistema de drenagem e vegetação nativa. Com isso, vamos evitar deslizamentos. Da forma como estava, qualquer pessoa que passasse pela rua estava correndo risco. A obra era necessária e estamos fiscalizando cada passo. De 15 em 15 dias entregamos um relatório ambiental para a Fatma sobre o morro da Atalaia, defende o superintendente da Famai, Paulo Cesar dos Santos.
O professor de engenharia civil especialista em geotenia da Univali, Luiz Fernando Salles, também defende a obra. Quando a primeira camada de terra se desprende, é mais fácil ocorrer um deslizamento por erosão. Era isso que estava acontecendo no morro da Atalaia. Nesses casos, não há outra opção, a não ser construir os taludes e um bom sistema de drenagem, afirma.