Um lugar cheio de jovens com óculos escuros, correntes chamativas no pescoço, pirulito na boca e qualquer porcaria na cabeça. Assim estava a maioria dos frequentadores do La Cabana, na madrugada de sábado, dia 17 de dezembro, quando o DIARINHO foi conferir o que rola na balada que atormenta vizinhos pelo barulho e pais e mães pela suspeita de que menores peixeiros vão ao local pra se drogar.
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Ao som de eletro house, eletro funk e eletro sertanejo, a movimentação no La Cabana, que fica na avenida Beira-rio, em Itajaí, começa pouco antes da meia-noite. Os seguranças perfilados do lado ...
Ao som de eletro house, eletro funk e eletro sertanejo, a movimentação no La Cabana, que fica na avenida Beira-rio, em Itajaí, começa pouco antes da meia-noite. Os seguranças perfilados do lado de fora indicam que a festa já vai começar. São 00h30 quando entramos na fila, depois de pagar 10 reais pelo ingresso. Na entrada, a revista é rigorosa, com os frequentadores tendo que tirar tudo dos bolsos, pra daí sim passarem pelo raio-x de mãos.
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A itajaiense C.S., 49 anos, disse ao DIARINHO em entrevista pra série de reportagens Meninos do Tráfico, publicada em outubro deste ano, que o La Cabana, junto com outros locais da city peixeira, seria ponto de aliciamento e recrutamento de crianças e adolescentes pra venderem drogas. Na noite em que fomos até lá, não flagramos nenhuma cena de venda ou consumo de drogas dentro do bate-coxa, mas vimos jovens alguns menores de idade bebendo vodca e energético, com uma euforia que lembrava a mesma dos frequentadores das baladas eletrônicas, que geralmente são movidas a drogas sintéticas.
Algumas pessoas com quem a reportagem conversou garantem: os homens e mulheres que vão ao La Cabana tomam ecstasy, a popular bala, pra encarar a festinha, que tem uma proporção bem maior de manos do que de minas. No dia da visita da reportagem alguns frequentadores garantiram que escolhemos uma sexta-feira fraca, já que havia várias formaturas pela cidade. Segundo ele, o lugar costuma bombar mais. Nesta noite, apenas um dos salões estava lotado. A entrada do banheiro era o único lugar sinistro na balada, pois ali uma turminha grande discutia entre si. Todos com os olhos estralados e falando demais.
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Não rolaram fortes emoções na noite de sábado no La Cabana. Sem brigas, sem confusão, apenas com jovens doidões e uma menina em cadeira de rodas que curtia a balada. Diferente da madrugada do dia 26 de novembro, também não foram encontradas jovens grávidas curtindo a night. No auge do barulho, as 04h10, as luzes da boate foram acessas e o pessoal começou a ir embora. Lá fora, pessoas ainda alucinadas sacudiam os carros que passavam pela avenida. Isso acompanhado de gritos. Nesse momento deu pra entender o dilema de quem vive no entorno da balada insana.