Uma mania, uma cultura ou defeito mesmo? Pode chamar do que quiser, mas a verdade é que o brasileiro gosta de deixar tudo pra última hora. Os itajaienses não fogem à regra. Ontem, o comércio da city peixeira tava socado de retardatários em busca de presentes de Natal. Neste sábado, o comércio ainda funciona, mas em horário especial.
Os lojistas esperam que as vendas aumentem cerca de 10% em relação ao Natal do ano passado. Um dos principais motivos para a gastança foi a liberação do fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS) no início do mês para quem morava em área atingida pela última enchente. Só na city peixeira e em Navega a Caixa liberou quase R$ 50 milhões.
Bastou uma voltinha ontem pelo calçadão da Hercílio Luz, a mais importante rua de comércio da cidade, para constatar o perrengue de quem deixou as compras natalinas pros 45 minutos do segundo tempo ...
Os lojistas esperam que as vendas aumentem cerca de 10% em relação ao Natal do ano passado. Um dos principais motivos para a gastança foi a liberação do fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS) no início do mês para quem morava em área atingida pela última enchente. Só na city peixeira e em Navega a Caixa liberou quase R$ 50 milhões.
Bastou uma voltinha ontem pelo calçadão da Hercílio Luz, a mais importante rua de comércio da cidade, para constatar o perrengue de quem deixou as compras natalinas pros 45 minutos do segundo tempo. A desculpa do operário Elizeu Cerizolli, 33, foi a falta de tempo por conta do trampo. Só hoje que tive uma folga do trabalho. Então vim com a minha mulher e a filha pra fazer as compras. Mas dá tempo ainda e tem muitas promoções, disse o trabalhador.
Pra quem vive do comércio, as compras de Natal têm que ser adiantadas. Já sei que o trabalho aumenta muito às vésperas do Natal, então já me previno e compro todos os presentes no início do mês. E este ano está bem grande o movimento. Até com esse sol os clientes vêm comprar, comenta a vendedora Gislaine Andrade, 47, que já tá com a árvore de Natal de casa socada de presentes.
FGTS aquece comércio
A enchente de setembro acabou ajudando o comércio. É isso o que afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Itajaí (CDL), José Dada. Ele tem a expectativa que as vendas, neste Natal, cresçam 10% se comparar com o mesmo período do ano passado. Santa Catarina deve ter um aumento de 5% nas vendas em relação ao Natal passado. A gente espera que em Itajaí e região seja ainda maior, porque além da liberação do 13º salário, as cidades têm o acréscimo do dinheiro do FGTS que foi liberado para as famílias atingidas pela última enchente, argumenta o chefão da CDL.
Moradora dos Cordeiros, um dos bairros da city que foram atingidos pelo aguaceiro de setembro, a peixeira Lúcia Teles Marques, 32, sacou o dindim do FGTS e vai torrar parte da grana em presentes de Natal. A liberação do FGTS veio em boa hora. Eu tenho que comprar presentes para os meus três filhos, pro meu marido e ainda para os meus pais. Mas vou guardar parte do dinheiro, revelou Lucía, que trampa numa firma de peixe e também deixou as compras pra cima da hora.
A bolada que aqueceu o comércio local é grande. De acordo com o pessoal da Caixa Econômica Federal, só na city peixeira e em Navega o banco liberou R$ 49.623.170. Ao todo, mais de 30 mil pessoas foram beneficiadas. O limite de saque foi de R$ 5,4 mil por pessoa.
Dicas de segurança
As ruas lotadas são um prato cheio pra bandidagem. Nessa hora, o melhor a fazer é seguir algumas dicas básicas de segurança. O principal é manter a atenção à bolsa, que deve estar sempre à frente. Além disso, as pessoas devem evitar andar com grandes quantidades em dinheiro e evitar usar joias. Se possível, também evitar sair com muitos documentos, ensina o soldado PM Gustavo Arruda, 24, um dos policiais que ontem faziam rondas e garantia a segurança do povão na rua Hercílio Luz.
Balneário socado
No Balneário Camboriú, além dos atrasadildos, o comércio ainda tem que atender os turistas. Dependendo do segmento, as lojas têm que fazer controle de clientes. Ontem andei por uma loja de chocolates e bebidas e vi eles impedindo clientes de entrar porque a loja estava muito cheia, contou Altamir Osni Teixeira, chefão da CDL da Maravilha do Atlântico.