A semana do Ano Novo vai trazer a Balneário Camboriú cerca de 800 mil visitantes, segundo previsões da secretaria de Turismo. Muitos desses vão debutar na praia, onde respeito e cuidado são fundamentais pra sair inteiro da aventura no litoral.
Encontrar banhistas de primeira viagem na região não é tarefa difícil. O DIARINHO deu algumas pernadas pela orla de Balneário e achou alguns estreantes na praia. Confira as histórias destes banhistas, que têm um misto de contemplação, ansiedade e alegria.
Bombeiros alertam para os perigos
Segundo o capitão do 7° batalhão de Bombeiros Militar da região, Jorge Arthur Cameu Júnior, 90% das ocorrências de afogamento e arrastamento ocorrem por causa das correntes de retorno, que você pode descobrir onde estão fazendo uma rápida consulta aos guarda-vidas. As pessoas entram nesses lugares porque não tem onda e elas dão pé, mas ali pode ter um buraco e eles serem arrastados para o fundo, explica, dizendo que já trabalhou em ocorrências de afogamento com estreantes no mar, inclusive em casos de morte.
A praia Central, em Balneário, de acordo com Cameu, aparenta ser tranquila, mas em alguns pontos essa calmaria engana os banhistas, como no Pontal Norte, perto do hotel Marambaia. Pro capitão, as características de praia rasa fazem o povão avançar, o que não é aconselhável. Quem está no mar pela primeira vez deve ter cuidado redobrado com a segurança, avisa, lembrando que, de outubro de 2010 a abril de 2011, os vermelhinhos fizeram 2767 salvamentos no litoral norte, além de 775 mil orientações aos banhistas.
Turista se emociona ao encontrar o mar depois de muita espera
A casa de Adriana Maia Feitosa fica a quase 1000 quilômetros da praia. Da cidade de Birigui, no oeste do estado de São Paulo, ela só via o mar na TV e em fotografias do marido, que é motorista de ônibus e sempre contou pra ela sobre os encantos de Balneário Camboriú. Com 30 anos, a mulher de João Feitosa não via a hora de chegar aqui. Depois de muita frustração em tentativas que não deram certo, há cerca de um mês, veio à confirmação: no dia 27 de dezembro, ela iria conhecer a praia. E, neste dia, o DIARINHO estava lá pra registrar o encontro de uma mãe e seu pequeno com a imensidão do oceano.
A auxiliar de limpeza chegou à praia Central às 12h50. A primeira impressão foi de reverência às águas, mas logo, ela garante, a emoção tomou conta. Fiquei muito feliz de ver o mar, é algo tão grande, tão imponente, disse, enquanto observava o pequeno João Lucas Feitosa, de três anos, que ia e voltava pulando pequenas ondinhas. O Lucas ficou bobo com isso aqui, ele também não conhecia o mar, conta.
De sunga verde e com uma boia laranja, Lucas era a alegria em pessoa. Contagiado pela energia praiana, o garoto fugia das ondas pra em seguida voltar a encará-las. Tudo isso com o corpo salpicado de água e areia. Com previsão de retornarem a Birigui no dia 4 de janeiro de 2012, junto com as outras 42 pessoas da excursão, Adriana garante que ontem realizou um sonho de 15 anos. Desde a adolescência, todo o verão eu tinha vontade de ver o mar. Hoje, essa espera acabou, comemora.
Turma encara caminhada pra chegar à praia
Os últimos dias têm seguido uma rigorosa rotina pra sete amigos de Joinvile: despertar no bairro Conde Vila Verde, em Camboriú, e seguir caminhando até a praia Central, em Balneário. Chegamos no domingo, tava chovendo, mas mesmo assim viemos na praia e ficamos brincando de jogar água um no outro, revela Jocelaine Mayara Soares, 11 anos.
Hospedados na casa do pai de Gislaine Ribeiro Loreno, 15, essa garotada tira horas pra curtir a praia, com passatempos que vão do simples bate-papo até a correria na orla. A diversão começa cedo, já na caminhada em direção ao mar, as gargalhadas dão o tom do dia de férias. Nem duas horas de pernada são capazes de cansar a turma, que só deixa a praia depois do sol se pôr, pra, daí sim, seguirem o caminho de volta também a pé. Eu não canso, porque a gente chega em casa e já quer voltar no outro dia, aponta Jocelaine.
A mais desinibida do grupo nunca tinha visto a beleza da praia. Gislaine, comendo um salgadinho na areia, disse que o mar é muito melhor do que ela imaginava, sem falar na areia, onde as brincadeiras rolam à vontade. O único problema, segundo a menina, é a ardência nos olhos provocada pela água salgada, mas até isso era motivo de risadas. Não temos do que reclamar, a gente tá na praia e aqui tudo é festa, comenta, enquanto observa as ondas quebrando.