Itajaí

Bandidões transferidos após fim de audiências

Trampo em Itajaí terminou na madruga de ontem, depois de 10 dias

Terminou ontem o julgamento das 98 pessoas apontadas como integrantes da facção criminosa primeiro Grupo da Capital (PGG). Passava da uma da madruga quando a juíza Jussara Schittler dos Santos Wandscheer bateu o martelo que encerrou a última sessão que ouviu réus, testemunhas de acusação e de defesa nas instalações do complexo penitenciário da Canhanduba, em Itajaí. Por volta das 10h da matina, os últimos 15 acusados deixaram o presídio e voltaram para onde cumprem a prisão preventiva.

A sentença ainda não foi definida. Cada um dos condenados terá uma pena própria, dependendo da ligação com a facção criminosa. Mas o canetaço, informou ontem a assessoria de comunicação social do ...

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A sentença ainda não foi definida. Cada um dos condenados terá uma pena própria, dependendo da ligação com a facção criminosa. Mas o canetaço, informou ontem a assessoria de comunicação social do Tribunalão de Justiça da Santa & Bela, vai sair numa sentença só. A juíza só dará a canetada depois da manifestação do Ministério Público, que agora analisa os depoimentos tomados.

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Ao todo, 55 indiciados, dos 98 réus, prestaram depoimentos em Itajaí. Na quarta-feira, a juíza Jussara mandou que quase 40 dos acusados fossem levados de volta pras cadeias onde esperam o final do julgamento. Outros 15, que passaram o final da tarde e boa parte da noite em trelelê com os togados, foram somente ontem pela manhã embora. Os 22 considerados chefões do PGC e que tão no presídio Federal de Mossoró/RN, falaram com a juíza, com o promotor e com os advogados através de uma videoconferência.

Duas rés, que tiveram neném por esses dias, não prestaram depoimentos ainda e deverão ser ouvidas no fórum de Blumenau.

Os fatos mais importantes do julgamento

A sexta-feira da semana passada foi um dos dias mais aguardados do julgamento. Davi Schroeder, o Gângster, 30 anos, um dos fundadores do PGC, falou como testemunha protegida. Foi ele quem deu parte das ordens dos atentados que aterrorizaram Santa Catarina no final do ano passado e no começo deste. Fez isso de dentro do presídio. Depois, não se sabe ainda o porquê, virou delator. Dedurou 60 bandidões aos tiras, o que permitiu que boa parte dos membros mais importantes da facção fosse identificada.

O depoimento mais longo foi o do delegado Antônio Carlos Seixas Joca, o tira responsável pelo inquérito que arrolou os 98 acusados de integrar o PGC. Durou 10 horas, segundo o pessoal do Tribunalão de Justiça.

Foi somente na segunda-feira desta semana que começaram os depoimentos dos acusados de serem membros do grupo criminoso. Como a lista é grande, o depoimento dos bandidos só terminou no começo da madruga de ontem.

Ainda na terça-feira, dia 17, os advogados de defesa tentaram melar com o julgamento alegando que os réus tavam sendo acusados com base em uma legislação que só entrou em vigor ontem, dia 19. A desembargadora Marli Mosimann Vargas, que julgou o pedido, deu um nananinanão pros defensores dos réus. Agora o pedido tá pra ser julgado no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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Advogados passaram boa parte do julgamento reclamando

Ao todo foram 10 dias com as atenções voltadas pra Itajaí. Mas rolaram apenas nove dias de julgamento, propriamente dito. Isso porque, logo na segunda-feira, dia 9, data prevista pro começo dos trabalhos, os advogados de defesa de 50 réus reclamaram da falta de estrutura pra que pudessem trabalhar. As principais alegações que serviram para atrasar o início dos depoimentos foram: falta de mesas e tomadas pra instalar os computadores, falta de um banheiro feminino e de ventiladores, já que o local mais parecia uma sauna.

Foi somente no dia seguinte que o julgamento começou, depois dos advogados terem parte das exigências atendidas. Pra correr atrás do prejuízo da demora, a juíza Jussara Schittler estendeu as tomadas de depoimento pras noites e madrugadas, assim como fez ontem. A decisão também provocou berreiro dos advogados, que de novo reclamaram pro Tribunalão de Justiça, em Floripa. Na quinta-feira, o desembargador Vanderlei Romer, da corregedoria-geral de Justiça da Santa & Bela, foi até o presídio acompanhar o julgamento e saiu de lá se dizendo satisfeito com o que viu e com as condições de segurança.

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Mega segurança

Durante a permanência dos bandidões do PGC na Canhanduba, o presídio recebeu uma movimentação fora do normal: cerca de 300 pessoas envolvidas na segurança. A maioria da PM, entre parrudões do batalhão de Operações Especiais (Bope), do grupamento aéreo, da Cavalaria, Choque e da companhia de Policiamento com Cães. Só do departamento de Administração Prisional (Deap) foram mobilizados 70 agentes prisionais.

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Vizinhos se acostumaram com a muvuca

O movimento na rua e o aumento do pó que levantava das estradas de terra foram as únicas coisas que incomodaram o administrador Paulo Sérgio Pinto, 44 anos, morador da Canhanduba. O vizinho do complexo penitenciário diz que não se incomodou com a presença dos bandidões suspeitos de serem membros do PGC a poucos metros de casa. “Foi tudo tranquilo”, fez questão de dizer. E não é pra menos. Uma das barreiras montadas pela PM tava na frente da sua casa e ele chegou até a fazer amizade com os fardados. Era da casa de Paulo que saía o rabicho que fornecia energia elétrica pra barraquinha onde ficavam os policiais.

Deise Assi, 39, vizinha de Paulo e que mora ainda mais perto do complexo, demorou mais para se acostumar a toda a muvuca. Antes do julgamento começar e durante os primeiros dias, o temor que ela sentiu por morar próximo à cadeia aumentou ainda mais que o de costume. Mas, admitiu, com o passar do tempo foi se acostumando com a presença mais intensa dos policiais e com o fato de dormir quase ao lado de bandidões do PGC. “No começo fiquei com um pouco de medo, pensei que quem estivesse fora pudesse vir fazer alguma rebelião”, comentou, emendando que a movimentação no complexo praticamente não mudou sua vida. “Passo a maior parte do dia fora”, justificou.






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