Um casarão abandonado, fedido e pra lá de assombroso virou abrigo e moradia pra mais de 10 moradores de rua do bairro Fazenda, em Itajaí. A denúncia foi trazida ao DIARINHO por vizinhos da antiga mansão, que fica na rua Telêmaco Pereira Liberato. Segundo eles, o entra e sai no local é constante e envolve até peões que trampam em prédios da redondeza. Todos os dias, eles se encontram pra usar droga lá dentro. O cheiro é insuportável, protesta a fisioterapeuta V.C.S.
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A mansão tem dois pisos e tá enfiada num terreno de uns 500 metros quadrados. Os dois andares têm as marcas da invasão: as paredes internas foram pichadas e cobertas por frases como Favor manter ...
A mansão tem dois pisos e tá enfiada num terreno de uns 500 metros quadrados. Os dois andares têm as marcas da invasão: as paredes internas foram pichadas e cobertas por frases como Favor manter o local limpo. Em mais uma extremidade da sala, outra mensagem: Por favor, isso é para nós mesmo. Mantenha o local limpo. Ass: Sociedade.
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A frente e os fundos do terreno tão socados de lixo. Por lá tem de tudo: garrafas plásticas, caixas de leite, garrafas de refrigerante, restos de tecido, sacolas plásticas, pratos descartáveis e calçados. Toda essa tralha, segundo V., é por causa de uma ocupação que dura, pelo menos, desde 2009. Eu vim pra cá há quatro anos, e a casa tava nesse estado, reclama.
Ligada na vizinhança, a fisioterapeuta conta que o casarão abriga, atualmente, dois casais e outros três homens. Fora o pessoal que entra e sai, principalmente a partir do fim da tarde, quando se juntam a eles pedreiros de construções vizinhas. Eles se misturam lá dentro pra fumar maconha e não dá nem pra contar quanta gente tem, explica a denunciante.
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Ainda de acordo com a guria, boa parte dos invasores dorme e usa drogas durante o dia. À noite, correm pra Beira-rio, onde trampam como flanelinhas. O que a gente sabe é que a casa tá abandonada por causa de uma briga de herança. Já bateu até polícia lá, mas os moradores voltam depois, concluiu a reclamante.
Prefa não sabe mais o que fazer
De mãos atadas. É assim que a prefeitura de Itajaí lida com o problema, de acordo com o secretário de Urbanismo, Paulo Praun. Esse foi único caso de invasão que a gente não conseguiu resolver até agora, reconhece.
Segundo o abobrão, a prefa determinou o fechamento da mansão e, inclusive, intimou os proprietários a tomarem uma providência, mas a casona estaria em discussão na dona justa. Mandamos intimação até via correio. Nós não podemos demolir, pois a casa está em boas condições. Se derrubássemos, teríamos até que pagar uma nova, argumenta.
Abordagem social prometeu bizolhar situação
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Ivan Mafra, diretor de Proteção Social de Itajaí, confirmou que o problema, apesar de antigo, nunca foi levado ao conhecimento da secretaria de Desenvolvimento Social. Vamos mandar hoje [ontem] mesmo a Kombi da abordagem social até lá pra ver, garante Ivan. O abobrão ensina que as denúncias podem ser feitas diretamente pra secretaria, pelo telefone (47) 3248-4596. O pessoal da abordagem social vai ao local pra avaliar as condições dos invasores. A gente vê qual é a real necessidade deles, se são drogados e de onde são, explica. A sede do programa fica no terminal Rodoviário Internacional de Itajaí [Terri].