A secretaria de Obras de Penha teria detonado a mata atlântica de uma praia da city ao despejar uma carrada de entulhos numa área de proteção ambiental na praia Vermelha, próximo à rampa de parapente. Os materiais são restos de um bar demolido no início do ano por determinação do Ministério Público Federal (MPF). A procuradoria jurídica abriu uma sindicância essa semana pra apurar os responsáveis pela barbaridade.
Ao invés de limpar a beira-mar e encaminhar o entulho pra um aterro, a prefa de Penha fez o contrário. A denúncia do descarte indevido partiu de membros da associação de Surfe e Amigos da Praia ...
Ao invés de limpar a beira-mar e encaminhar o entulho pra um aterro, a prefa de Penha fez o contrário. A denúncia do descarte indevido partiu de membros da associação de Surfe e Amigos da Praia Grande. O presidente da entidade, Renato Amorim, conta que encurralou a galera da secretaria de Obras e descobriu que foi o próprio órgão que executou o trampo.
Há alguns anos tramitava um procedimento no MPF que pedia a demolição do então bar do Chico, logo no início da praia Vermelha. O órgão exigiu que o proprietário demolisse o empreendimento que ficava na areia da praia. Como o boteco ignorou a determinação e continuou recebendo a galera da manguaça, o MPF passou a bola pra prefa. O município teria que demolir e limpar a área.
A ordem foi cumprida no início do ano, mas parte dos entulhos ficou no terreno até o início da semana. Segundo conta Renato, do dia pra noite a secretaria de Obras resolveu retirar o entulho que sobrou da demolição, largando a imundície na encosta da subida da praia Vermelha, que é área de Preservação Permanente (APP). Eu procurei a secretaria de Obras e me confirmaram que foi determinado fazer a limpeza, conta o presidente.
Renato alega que a cor do entulho entrega que os destroços são do antigo bar do Chico. De acordo com o procurador jurídico de Penha, Wagner Borges Figueiredo, a prefa tomou conhecimento do caso na quinta-feira, a partir do berreiro da associação. Como a secretaria de Obras tá sem secretário, pois o ex-abobrão Rogério Pedro Gomes foi exonerado por perrengues na gestão, a procuradoria instaurou uma sindicância pra apurar quem deu a ordem de limpar o terreno, quem determinou o destino dos entulhos e quais servidores participaram da ação. Todos serão penalizados. O dotô informa que ainda será analisada a melhor forma de remover os entulhos da APP e reparar os danos ambientais. O MPF em Itajaí diz que jogar entulho em APP é crime e vai acompanhar o caso de perto.
O diretor administrativo da secretaria de Obras, Silas Antonietti, garante que não sabia do episódio e diz o uso das máquinas públicas pro trampo não foi autorizado. Por telefone, o ex-secretário Rogério conta que a demolição rolou num sábado e que os entulhos foram levados pra um aterro na Santa Lídia. Ele respondeu pela secretaria até 9 de setembro.
O secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável, responsável pelas questões ambientais da Capital do Marisco, Durval Gonçalves, classifica o episódio como uma loucura. Só um cara louco pra fazer uma coisa dessas. Vamos apurar e ver quem foram os responsáveis que utilizaram o maquinário da prefeitura pra fazer o descarte. A prefeitura é contra e não aprovou essa ação, afiança.